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Censura a políticos e jornalistas

Nos EUA, jornalista do Twitter Files acusa STF e TSE de interferir diretamente nas eleições do Brasil

Jornalista Michael Shellenberger durante audiência pública no Senado brasileiro em 11 de abril. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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O jornalista americano Michael Shellenberger, que divulgou o Twitter Files Brasil no mês passado, em colaboração com a Gazeta do Povo, afirmou durante audiência pública no Congresso dos EUA que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) interferiram nas eleições do Brasil ao determinar a suspensão de perfis de políticos de direita e jornalistas das redes sociais.

"As evidências sugerem que a Suprema Corte do Brasil - STF - e a Corte Eleitoral - TSE - estão sob influência pesada de um único juiz, Alexandre de Moraes, e estão interferindo diretamente em eleições ao exigir o fim de contas de jornalistas independentes e de políticos em todas as grandes plataformas digitais. O ministro não está apenas exigindo que plataformas de redes sociais censurem conteúdos específicos que sejam politicamente controversos, mas determinou o banimento para sempre de certos usuários e frequentemente faz isso por meio de audiências secretas sem direito a apelo", afirmou.

Shellenberger classifica a situação do Brasil como "o pior caso de censura que já viu em qualquer democracia ocidental". Segundo ele, Alexandre de Moraes agiu de forma unilateral e suas decisões não afetam somente eleições, mas também o papel do Congresso brasileiro.

O jornalista relembrou toda a investigação revelada no início de abril com o Twitter Files Brasil e afirmou que as ordens expedidas por Moraes apontam para uma "obsessão do ministro em silenciar seus oponentes".

No depoimento, o jornalista explicou que está sendo investigado pela Polícia Federal brasileira e pela Procuradoria-Geral devido às denúncias de censura.

Além de Shellenberger, foram ouvidos no Congresso americano nesta terça-feira (7) o fundador e CEO da plataforma Rumble, Christopher Pavlovski; o jornalista Paulo Figueiredo e Fábio de Sá e Silva, professor de estudos brasileiros da Universidade de Oklahoma.

O Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA revelou nesta manhã novos documentos que mostram mais decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes determinando a suspensão de usuários de direita de redes sociais, como o Rumble. Ao todo, o Congresso divulgou 86 novas páginas contendo documentos do Judiciário brasileiro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram demandados para se posicionarem, no entanto até a publicação da matéria não houve retorno. O espaço permanece aberto e será atualizado com as respostas.

Deputada americana faz críticas a Moraes na audiência

A deputada republicana María Elvira Salazar, que também participou da audiência sobre as denúncias de censura no Brasil, nesta terça-feira (7), criticou decisões do ministro Alexandre de Moraes e apresentou uma foto sua no Congresso para ilustrar sua declaração.

Na fala, a parlamentar classificou o presidente brasileiro, Lula da Silva, como um "ex-condenado"por corrupção" e disse que agora o Brasil também tem um "operador totalitário", se referindo ao ministro da Suprema Corte.

Salazar citou duas decisões judiciais que considerou que violam a liberdade de expressão. A primeira é sobre uma publicação derrubada por Moraes que mostra o apoio de Lula ao ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. A deputada questionou o motivo dos brasileiros não poderem saber desse fato.

Outro ponto que chamou a atenção da parlamentar foi o prazo dado às plataformas para retirar conteúdos do ar. "Ele deu uma hora para o Twitter derrubar posts de políticos conservadores ou eles receberiam US$ 30 mil. E se o e-mail chegasse trinta minutos depois? Eles teriam outros 30 minutos ou receberiam multa US$ 30 mil", afirmou.

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