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A ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, disse que a declaração não partiu da chancelaria argentina e é falsa
A ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, disse que a declaração não partiu da chancelaria argentina e é falsa| Foto: EFE/Matias Martin Campaya

As Ilhas Malvinas voltaram a ser tema da política argentina nesta semana. Na quarta-feira (23), a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, disse que o governo está buscando identificar quem colocou o nome oficial do arquipélago em inglês, Falklands, num comunicado que afirma ser fraudulento, e que esta pessoa será demitida.

“É absolutamente falso que tenha sido emitida uma declaração da Chancelaria onde chamamos as nossas Ilhas Malvinas por outro nome. Em relação à versão maliciosa publicada no site do governo, estamos identificando o responsável para demiti-lo”, escreveu Mondino no X.

“Iremos totalmente contra quem, guiado pela ideologia de esquerda, ataca os interesses dos argentinos. As Malvinas são, foram e sempre serão argentinas, estamos trabalhando para recuperá-las”, acrescentou.

A polêmica começou na terça-feira (22), quando, segundo informações do jornal Clarín, foi publicada num site do governo da Argentina uma nota sobre uma reunião no último dia 16 entre Mondino e Gilles Carbonnier, vice-presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

O encontro tratou da retomada das negociações de um plano para identificar os militares argentinos que morreram na Guerra das Malvinas, contra os britânicos, em 1982.

A nota identificava o arquipélago como “Ilhas Falklands/Malvinas”. Segundo o Clarín, o comunicado foi retirado após ficar 24 horas no ar.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Argentina, a nota foi publicada na página do Ministério da Defesa, que divulgou um comunicado sobre o incidente.

“Diante do ato malicioso praticado em comunicado no qual se faz referência às Ilhas Malvinas com nome não reconhecido por nosso país e que afeta a sensibilidade de todos os argentinos, o ministro da Defesa, Luis Petri, instruiu que seja realizado urgentemente um relatório para que o responsável seja demitido imediatamente”, informou a pasta.

Nesta quinta-feira (24), Petri falou sobre o assunto em entrevista à rádio Mitre. “Queremos demitir o bastardo responsável por cometer este ato malicioso, porque não reflete as posições que temos mantido”, disse o ministro.

Senadores da oposição pediram na quarta-feira que Mondino preste esclarecimentos no Parlamento argentino sobre o episódio.

O presidente da Argentina, Javier Milei, a exemplo dos seus antecessores peronistas, cobra a soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago.

Em setembro, no seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Milei acusou as Nações Unidas de não cumprirem “a sua missão de defender a soberania territorial dos seus membros, como nós, argentinos, sabemos em primeira mão em relação às Ilhas Malvinas”.

Em abril, quando foi anunciada a construção de uma base naval conjunta com os Estados Unidos na província da Terra do Fogo, no extremo sul do país, Milei disse que seria “o primeiro passo para começar a pensar na recuperação das Malvinas”.

Em um referendo realizado em 2013 com habitantes das Malvinas, 99,8% dos moradores do arquipélago disseram que preferiam que este mantivesse o status de território ultramarino britânico.

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