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Religião

Nova biografia de Pio XII rejeita acusação de anti-semitismo

O autor de uma nova biografia do papa Pio XII diz que as acusações feitas ao pontífice de que ele teria sido anti-semita e feito vista grossa para o Holocausto, fazem parte de uma "lenda negra" e não encontram respaldo em documentos históricos.

O livro do jornalista italiano Andréa Tornielli - seu quarto sobre o papa da época da 2ª Guerra Mundial - será lançado semanas depois de o Vaticano ter posto Pio XII um passo mais perto da canonização, numa iniciativa que provocou a ira de alguns judeus.

Alguns judeus acusam Pio XII, que foi papa entre 1939 e 1958, de ter sido indiferente ao Holocausto e não ter erguido sua voz contra Hitler. Os defensores do papa o vêem como homem santo que trabalhou nos bastidores para ajudar judeus em toda a Europa."Esta é uma lenda negra que se recusa a morrer. Pio XII virou o pára-raios de todas as supostas responsabilidades da Igreja Católica naquele período", disse Tornielli em entrevista concedida à agência Reuters.

Repórter do Il Giornale, Tornielli deu a sua biografia de 650 páginas o título "Pio XII, Eugenio Pacelli, um homem no trono de São Pedro". Eugenio Pacelli era o nome de Pio antes de ele tornar-se pontífice.

No livro, Tornielli cita novos documentos dos arquivos da família Pacelli mostrando que, no colégio, o jovem Eugenio era amigo íntimo de um colega de classe judeu, Guido Mendes.

Enquanto Pacelli foi ascendendo na Igreja, ele nunca se esqueceu de seu amigo judeu, tendo ajudado a família Mendes quando o ditador Benito Mussolini promulgou as "leis raciais" contra judeus, em 1938, um ano antes de Pacelli ser eleito papa.

Pacelli, que na época era cardeal e secretário de Estado do Vaticano, ajudou a família Mendes a fugir para a Suíça, de onde ela migrou para Israel, diz o livro.

A Liga Antidifamação pediu ao papa Bento que suspenda o processo de canonização de Pio XII até que o Vaticano abra para exame público seus arquivos da época da 2a Guerra Mundial, "para que possa ser conhecido o registro total das ações do papa durante o Holocausto".

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