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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, recebe nesta semana uma reunião regional de cúpula em que buscará mostrar que se recuperou do câncer e está preparado para disputar a eleição mais acirrada da sua carreira política. A primeira reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em 2 e 3 de dezembro, deveria ter acontecido em julho, coincidindo com o bicentenário da independência venezuelana. Mas o evento foi cancelado de última hora, porque Chávez estava em Cuba se recuperando de uma cirurgia para a retirada de um tumor de natureza não revelada. Agora, de volta ao seu estilo tradicional, Chávez participou ativamente dos preparativos para o evento inaugural de um bloco que, sem a presença de Canadá e Estados Unidos, pretende ser uma alternativa à Organização dos Estados Americanos (OEA).

Organismo "Um novo organismo nascerá. Isso é verdadeiramente histórico", disse o líder socialista em uma longa reunião ministerial transmitida pela TV. "Há quantos anos estamos nesta batalha? Esse é um primeiro passo, não a vitória. A luta começou em 1820, após 300 anos de conquista, dominação e genocídio pelos impérios europeus." Por recomendação dos médicos, Chávez tem reduzido suas aparições públicas, por isso aliados e adversários ficarão de olho em pistas sobre a saúde dele durante a cúpula. "Essa é a primeira vez que ele está desfilando em frente a todos os seus pares regionais desde o câncer. Ele quer ter uma boa aparência no grande palco, como sempre", disse um diplomata ocidental de alto escalão. "Apesar de todos os rumores que circulam, fico realmente surpreso com o tanto de energia que ele parece ter. Ele não me parece ser um homem que está morrendo." Após quatro sessões de quimioterapia, Chávez se diz completamente curado do câncer, e pretende disputar em outubro um novo mandato de seis anos. Oncologistas dizem, no entanto, que é cedo para ele proclamar a cura. Reservadamente, figuras próximas ao governo se dizem preocupadas com o sigilo que cerca a saúde do presidente. Até simpatizantes receberam com ceticismo a notícia da "cura" de Chávez, e há rumores de que ele teria passado por uma quinta rodada de quimioterapia.

Celac A cúpula da Celac seria um cenário natural para a tradicional retórica antiamericana do presidente venezuelano. Mas alguns funcionários do governo minimizaram a temática "anti-imperalista" da reunião, e governos centristas e conservadores da região provavelmente conseguirão atenuar um eventual confronto com Washington na declaração final do evento. Os presidentes de Argentina, Brasil, Chile e Equador já confirmaram presença na cúpula.

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