A nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, demonstrou otimismo sobre as relações entre os dois países -- ela desembarca no país num momento delicado, em que denúncias de espionagem sobre as comunicações da presidente Dilma Rousseff e a Petrobras afetaram o relacionamento bilateral.
A diplomata, de 57 anos, fez uma declaração à imprensa na manhã de hoje pouco mais de uma hora depois de chegar ao Brasil, ainda no aeroporto de Brasília. A fala foi acompanhada pelo marido e pelas duas filhas do casal.
"Este é um tempo muito importante em nossas relações, cheio de oportunidades e possibilidades. Juntos, estou certa que podemos expandir e aprofundar os muitos laços que existem entre nossas duas importantes e grandes nações", disse a embaixadora em português fluente.
Quando questionada sobre as denúncias de espionagem e o cancelamento da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos EUA, Ayalde preferiu não se manifestar: "Eu estou chegando, vamos ter tempo de falar sobre muitos temas, inclusive esse".
A nova embaixadora afirmou que a família está "muito ansiosa" em poder viajar pelo país e conhecer a diversidade e cultura do Brasil. "Nos próximos anos espero engajar com o povo e o governo do Brasil para construir uma parceria estratégica mais forte para o século 21", completou.
"É verdadeiramente um prazer para mim chegar ao Brasil para servir como embaixadora dos Estados Unidos da América no país e poder liderar o importante trabalho da embaixada e dos nossos consulados", disse ela, que assume o lugar de Thomas Shannon, no cargo desde fevereiro de 2010.
Histórico
No início de agosto, o Senado americano confirmou o nome da diplomata como nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil. Ela assume o lugar de Thomas Shannon, que agora será assessor especial do secretário de Estado norte-americano, Jonh Kerry.
A expectativa é que Ayalde entregue as credenciais à presidente Dilma Rousseff ainda nesta semana - última formalidade para ela assumir a função. Em junho, o Itamaraty confirmou ter concedido o "agrément" (autorização necessária para a troca de embaixadores) a Ayalde.
Diplomata de carreira, ela é filha de um médico colombiano radicado nos EUA. Atualmente, ocupava o posto de vice-secretária de Estado adjunta para o Hemisfério Ocidental, responsável pelas áreas de Cuba, América Central e Caribe.Antes, a diplomata serviu como embaixadora no Paraguai (entre 2008 e 2011) e trabalhou muitos anos para a Usaid (agência americana de ajuda internacional).Ayalde iniciou a carreira diplomática em 1982.
A nova embaixadora tem bacharelado em Artes pela Faculdade de Estudos Internacionais da Universidade Americana em Washington e mestrado em Saúde Pública pela Universidade Tulane, em Louisiana.