Prédio da Assembleia Nacional francesa, discretamente enfeitado para os Jogos Olímpicos de Paris: deputados eleitos tomam posse no dia 18.| Foto: André Pain/EFE/EPA
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Os partidos de esquerda franceses debatem neste sábado o nome de Huguette Bello como possível candidata de consenso ao posto de primeira-ministra, para apresentar um nome ao presidente Emmanuel Macron. O nome de Bello foi proposto na sexta-feira pelo Partido Comunista devido ao beco sem saída a que chegaram os quatro partidos que formam a coalizão Nova Frente Popular (NFP).

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Nas negociações para chegar a um acordo sobre um nome, os dois maiores partidos da aliança, o Partido Socialista (PS) e o mais radical A França Insubmissa (LFI), defenderam candidatos das suas respectivas fileiras. No entanto, após ser indicada por Fabien Roussel, líder do Partido Comunista, Huguette Bello recebeu na noite de sexta-feira a aprovação do fundador e líder de facto da LFI, Jean-Luc Mélenchon, que considerou que ela poderia ser “uma solução” já que “atende a muitos requisitos" para a posição. A secretária nacional do partido ambientalista EELV, Marine Tondelier, também deu a sua aprovação após uma conversa telefônica, segundo alguns meios de comunicação franceses.

No entanto, até agora o PS mantém o apoio ao seu primeiro secretário, Olivier Faure, defendendo que é necessário um primeiro-ministro mais moderado para conseguir chegar a acordos parlamentares com os demais grupos políticos, já que a NFP, com no máximo 195 deputados, está muito longe dos 289 que marcam a maioria absoluta na Assembleia Nacional. O Partido Socialista realizará um conselho nacional neste sábado para debater a situação.

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Bello, de 73 anos, é presidente da região da Reunião (uma ilha francesa no Oceano Índico) desde 2021, depois de ter sido deputada entre 1997 e 2020. Embora atualmente não esteja ativa em nenhum partido, foi membro do Partido Comunista de 1974 a 2012 e foi candidata independente na lista do LFI nas eleições europeias de 9 de junho. Socialista, ela é acusada de estar ausente da Assembleia Nacional quando a lei que legalizou o casamento homossexual na França foi votada em 2013.