A Organização Mundial da Saúde (OMS) reportou em seu relatório desta sexta-feira (15) que a nova gripe do vírus A (H1N1) já contaminou 7.220 pessoas em 34 países. Só nos Estados Unidos, são 4.298 casos em 47 estados. Segundo a agência da ONU, há 65 mortes.
O México, país em que surgiu a epidemia, retornou 2.446 casos, com 60 mortes. No Canadá, são 449 casos e uma morte. A Costa Rica tem 8 casos e uma morte.
Também confirmaram casos, mas sem mortes, os seguintes países: Argentina (1), Austrália (1), Áustria (1), Bélgica (1), Brasil (8), China (4), Colômbia (10), Cuba (3), Dinamarca (1), El Salvador (4), Finlândia (2), França (14), Alemanha (12), Guatemala (3), Irlanda (1), Israel (7), Itália (9), Japão (4), Holanda (3), Nova Zelândia (7), Noruega (2), Panamá (40), Polônia (1), Portugal (1), Coreia do Sul (3), Espanha (100), Suécia (2), Suíça (1), Tailândia (2), e Reino Unido (71).
A Organização Mundial da Saúde alertou contra a "falsa sensação de segurança"por causa do surto aparentemente brando da recém-descoberta gripe H1N1, já que o pior pode ainda não ter passado.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que ainda há "grande incerteza" a respeito dessa cepa do vírus, que poderia representar uma grave ameaça particularmente no Sudeste Asiático.
"Estamos enfrentando um tempo de crise que poderia ter implicações globais", disse ela em uma reunião intergovernamental sobre a preparação contra pandemias, na sede da OMS, em Genebra.
O encontro discute a delicada questão do compartilhamento de vírus, em que os países fornecem amostras biológicas à comunidade internacional, para uso de laboratórios que desenvolvem remédios e vacinas.
No auge da preocupação com a gripe aviária, há alguns anos, a Indonésia se recusou a ceder amostras do vírus H5N1 se não recebesse garantias de que eventuais vacinas seriam disponibilizadas a países pobres a preços acessíveis.
Grandes fabricantes de vacinas, como GlaxoSmithKline, Sanofi-Aventis, Novartis e Baxter International, aguardam orientação da OMS sobre o início da produção em grande escala das vacinas contra o H1N1, o que exigirá reduzir a produção das vacinas contra a gripe sazonal.
Na sexta-feira, Chan recomendou aos países que compartilhem suas amostras do H1N1. Outro dirigente da entidade, Keiji Fukuda, disse que tem havido um "rápido e disseminado compartilhamento de espécimes".
Os participantes da reunião - precursora da Assembleia Mundial da Saúde, na semana que vem - estão discutindo regras de transparência, confiança e soberania relativas ao compartilhamento das amostras virais.
"Espero que o resultado final seja algo realmente equilibrado, que possamos usar por um longo tempo."
A OMS considera que uma pandemia da gripe H1N1 é iminente.
Chan disse que há uma especial preocupação com o Sudeste Asiático, onde já houve grandes surtos do vírus H5N1 (gripe aviária). De acordo com ela, uma mistura do H5N1 com o H1N1 poderia ter graves consequências. "Não estou dizendo que isso vai acontecer", ressalvou ela.