Nova Iorque (EFE/Reuters) Os passageiros do sistema de metrô nova-iorquino serão obrigados a se submeter a revistas aleatórias em suas mochilas e pacotes, disse a polícia de Nova Iorque ontem, horas depois do segundo ataque ao sistema de transporte de Londres em duas semanas. A medida adicional de segurança foi adotada depois que quatro bombas pequenas explodiram de forma coordenada nos sistemas de ônibus e de metrô, ferindo uma pessoa, exatamente duas semanas depois que homens-bomba mataram mais de 50 pessoas na capital britânica.
Um importante grupo de defesa das liberdades civis afirmou que as buscas aleatórias violam a quarta emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proíbe "buscas sem motivo e sem causa provável".
"Um dos perigos da revista aleatória é de que ela abre portas para a discriminações étnica, racial e religiosa", disse Donna Lieberman, diretora-executiva da organização New York Liberties Union.
A segurança no sistema de transporte de Nova Iorque já havia sido intensificada desde as bombas de 7 de julho em Londres.
Destacando que não havia novas ameaças contra o sistema de transporte da cidade, o comissário de polícia de Nova Iorque, Raymond Kelly, disse a jornalistas que as buscas seriam feitas, em grande parte, nas estações de metrô, de trem e, possivelmente, quando as pessoas entrassem em ônibus municipais. "Vamos instituir buscas aleatórias em pacotes e mochilas que as pessoas estiverem carregando ao usar o sistema de transporte", disse.
Temor
Uma pesquisa da Universidade Quinnipiac, divulgada na quarta, revelou que 72 por cento dos nova-iorquinos temem um ataque como os de 7 de julho em Londres em Nova Iorque. Essa é a última iniciativa para proteger o sistema de metrô da cidade, que recebe 4,5 milhões de passageiros nos dias da semana. O prefeito Michael Bloomberg, que costuma ir ao trabalho de metrô, disse que a medida foi tomada para tentar frustrar terroristas em potencial. "Vivemos em um mundo onde, tristemente, esse tipo de medida é necessária", disse. "Elas são intrusivas? Sim, um pouco, mas estamos tentando encontrar o ponto em que teremos de ter certeza de que os terroristas serão frustrados". Bloomberg disse que as buscas seriam limitadas ao sistema de transporte e que os nova-iorquinos não serão barrados enquanto estiverem andando pela cidade.
Itália
Alarmes antiterrorismo, que se mostraram infundados, obrigaram a autoridades da Itália a fechar ontem, durante duas horas, o aeroporto da cidade italiana de Bolonha e a área industrial do porto de Nápoles. O aeroporto bolonhês "Marconi" foi fechado temporariamente de maneira preventiva, depois que o piloto de um avião da companhia holandesa KLM, estacionado nas pistas, afirmou ter sentido "um cheiro suspeito" no aparelho.
O alarme iniciou os mecanismos de intervenção imediata por parte dos bombeiros para enfrentar um possível ataque nuclear, bacteriológico, químico e radiológico. Na verdade, era um simples detergente.
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