Nova Iorque (Das agências internacionais) – O milionário prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, de 63 anos, tem tudo para obter uma vitória histórica para os republicanos nas eleições municipais realizadas ontem. As pesquisas de boca-de-urna confirmam os estudos prévios que indicam uma superioridade de quase 40 pontos percentuais sobre seu oponente democrata, Fernando Ferrer, de 55 anos. Resta saber qual será o tamanho da vantagem aberta pelo magnata das comunicações que seduziu uma cidade de tradição democrata – até hoje só três republicanos estiveram no comando de Nova Iorque.

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A certeza da vitória não serviu para que Bloomberg relaxasse durante a campanha. Tanto ele quanto Ferrer, de origem latina, trabalharam freneticamente por votos até segunda-feira, data de encerramento da campanha. O empenho tem uma explicação institucional: como o voto nos Estados Unidos não é obrigatório, a mera preferência por um candidato pode não ser convertida em voto se o eleitor se deixar levar pela apatia.

Assim como nas eleições de 2001, Bloomberg investiu mais de US$ 70 milhões do próprio bolso, e sua principal bandeira é a gestão eficiente da cidade, com destaque para segurança e educação. Os eleitores também aprovam a conduta republicana após o 11 de Setembro e os esforços para reerguer a economia local e aumentar o nível de emprego. Até entre o eleitorado pobre e insatisfeito com medidas sociais, havia dúvida sobre fazer uma nova aposta e mudar o rumo da administração. Ainda assim, Bloomberg levou muito a sério o risco de baixo comparecimento. "Preciso que vocês votem e não considerem que a eleição esteja ganha", apelou ele no domingo.

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Os esforços democratas de colar em Bloomberg a atual impopularidade do governo George W. Bush e os escândalos ligados ao vazamento do nome de uma agente da CIA não surtiram muito efeito. Ao final da corrida, Ferrer também tentou convencer o eleitorado de classe média que Bloomberg estaria voltado aos interesses da elite. Porém a popularidade de Bloomberg entre democratas vem justamente da percepção de que ele não está alinhado com o conservadorismo tradicional do partido. Depois de semanas de declínio de sua popularidade, Bush passou o dia ontem aguardando os resultados de eleições locais e estaduais que devem indicar o caminho do eleitorado no pleito legislativo de 2006.