Os jovens árabe-israelenses terão que realizar algum tipo de trabalho comunitário ao invés de cumprirem serviço militar como faz a maioria judaica, segundo uma nova lei que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentará ao Parlamento.
Os debates sobre a lei estão previstos para começar em 9 de maio. O objetivo é dividir de maneira mais equitativa o serviço militar no país. Atualmente, os judeus ultra-ortodoxos e a minoria palestina são dispensados da obrigação.
"A divisão desta obrigação deve ser alterada. A lei atual será modificada para se tornar mais equitativa e justa", reconheceu neste domingo o primeiro-ministro num encontro com militares reservistas.
Os homens judeus devem servir obrigatoriamente o exército por 36 meses, e as mulheres, por 24.
"A nova lei incluirá também a prestação de serviços comunitários por parte dos árabes", afirmou Netanyahu, segundo um comunicado de seu gabinete.
Os árabes-israelenses nunca serviram pois o exército sempre duvidou da lealdade desse segmento da população. Além disso, os próprios palestinos se negam a ingressar na corporação de um estado que não julgam como seu e que ocupa a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
O governo ainda precisa elaborar os detalhes da medida, mas propostas anteriores sugeriam que os árabes-israelenses prestem serviços para sua própria comunidade, composta por mais de um milhão de pessoas em Israel.
A mudança na lei sobre o serviço militar foi exigida pela Suprema Corte, que em fevereiro negou o direito dos judeus ultra-ortodoxos a não servirem no exército. O juízes determinaram que o governo israelense crie uma lei mais equitativa antes de agosto.
Em sua reunião de hoje com os reservistas, o primeiro-ministro não mencionou a questão dos jovens ultra-ortodoxos, que são isentos do serviço obrigatório para estudar em instituições religiosas.
Ontem, o ministra das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, do partido Israel Beitenu, disse que a data das próximas eleições no país depende da nova lei e afirmou que sua formação apoia o alistamento para todos.
Já os dois partidos ultra-ortodoxos da coalizão governamental ameaçaram abandonar o governo caso a lei obrige os jovens religiosos a servirem.