Uma mulher da Itália, Emma Morano, é considerada a mais idosa do mundo e festejou nesta terça-feira (29) 117 anos soprando todas as velas de seu bolo. A idosa recebeu felicitações do presidente italiano e a visita de duas sobrinhas, nesta manhã. Além disso, respondeu a perguntas dos jornalistas e aceitou alguns presentes, como biscoitos.
Após assoprar as velas do bolo, não uma para cada ano vivido, mas sim três números que mostravam 117, ela brincou: “Espero não ter que cortá-lo.” Emma disse a seu médico, Carlos Bava, sentir-se feliz ao completar 117 anos. “Quem diria”, disse o médico. “Quando você era jovem, diziam que era frágil e doente”, comentou o doutor. “Sim, sim”, respondeu ela. À tarde, a mulher teria outra festa, com bolo e a visita do prefeito. Emma aparentemente é a única pessoa do mundo nascida na década de 1880 e, em maio, passou a ser considerada a pessoa mais idosa no mundo.
Quem é Emma
A decana da humanidade enxerga muito pouco, ouve muito mal, não se levanta há um ano e não sai de casa há mais de 20 anos. Mas, de acordo, com o médico Carlo Bava, continua muito consciente. “Ela está muito lúcida, muito presente, e feliz por ter recebido um telegrama de parabéns do presidente italiano, Sergio Mattarella”, declarou o médico por telefone à AFP.
Nascida em 29 de novembro de 1899, viu passar onze papas, três reis da Itália e doze presidentes da República, embora ainda esteja longe do recorde de 122 anos da francesa Jeanne Calment.
“A mulher que viu três séculos”, segundo a biografia ficcional escrita pelo napolitana Renè Papas e apresentada nesta terça-feira em Verbania, perdeu seu primeiro amor durante a Primeira Guerra Mundial, separou-se de um marido violento pouco antes da Segunda e trabalhou até os 75 anos em uma fábrica de sacos de juta.
Acima de tudo, tem seguido um regime singular há mais de um século, a conselho de um médico que detectou uma anemia quando ela tinha 20 anos de idade: três ovos por dia, dois crus e um cozido, e poucas frutas ou legumes.
Por muito tempo também comeu um pouco de frango à noite, antes de abandonar a carne definitivamente nos últimos anos, “porque ela não gosta mais e, especialmente, porque alguém lhe disse que causava câncer”, de acordo seu médico.
Seu segredo é genético
Ela adora biscoitos, mas não é certo que comerá o bolo de aniversário que ganhou. “A última vez, eu comi um pouco, mas depois que eu não me senti muito bem”, explicou ao receber a AFP em sua casa no final de outubro.
Nesta terça-feira, ela recebeu a visita de alguns parentes e jornalistas e da prefeita de Verbania, Silvia Marchionini. “Ela recebeu flores. Estava bem vestida e muito orgulhosa. Ela posou para um fotógrafo e perguntou: ‘meu penteado está bonito?’ Então eu acho que podemos dizer que está em forma”, relatou Bava.
Segundo o médico, o regime de sua paciente não deve ter tido impacto sobre sua vida: “Eu acredito que teria destruído o fígado da maioria das pessoas. Mas com Emma, eu acho que ela poderia comer cascalho que ainda viveria muito tempo”.
Da mesma forma, a poeira da fábrica de juta que respirou por décadas deveria ter destruído os seus pulmões. “Acho que o segredo é genético. Toda a sua família viveu por muito tempo”, observou ele, também citando o forte caráter de sua paciente.
Muito independente, ela permaneceu autônoma até os 115 anos e nunca aceitou ir para algum hospital, mesmo que para tratar apenas uma pequena catarata. Emma Morano atribuiu sua longevidade à sua decisão de deixar o marido abusivo, logo após a morte de seu único filho com poucos meses de vida. Isso foi em 1938, 30 anos antes da legalização do divórcio na Itália.
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