Nova Orleans pode entrar em estado de alerta e cidade pode ser esvaziada

Três anos depois de o furacão Katrina devastar a costa da Louisiana, moradores de Nova Orleans enfrentam novamente nesta quarta-feira (27) a possibilidade de a cidade ser novamente esvaziada devido à tempestade tropical Gustav. O Katrina devastou a cidade e causou a morte de 1.500 pessoas na Costa do Golfo.

Com a tempestade tropical Gustav começando a avançar novamente rumo a oeste, para as águas quentes do sul de Cuba, onde ganharia força mais uma vez antes de ingressar no Golfo do México, tornando-se o primeiro grande furacão a ameaçar as instalações de gás e petróleo dos EUA desde o Wilma, em 2005, o governador da Louisiana, Bobby Jindal, afirmou que um possível esvaziamento poderia começar ainda na sexta-feira, dia em que se completam três anos desde a passagem do Katrina na região. O governador disse que já acionou a equipe de catástrofe e que pode declarar estado de emergência nesta quinta-feira.

O Katrina inundou 80% de Nova Orleans e matou quase 1.500 pessoas na cidade e ao longo do Golfo do México. O furacão causou um prejuízo de cerca de 125 bilhões de dólares.

- Todos nós temos que estar preparados e prontos para responder, desde os residentes ao governo - disse Jindal, que foi eleito em outubro de 2007. Ele espera evitar as críticas que caíram sobre sua antecessora, Kathleen Blanco, que não reagiu rapido o suficiente após a passagem do Katrina.

A tempestade tropical Gustav perdeu força e estacionou sobre o Haiti nesta quarta-feira, despejando uma quantidade torrencial de chuva sobre o país. A sétima tempestade da temporada de furacões do Atlântico em 2008 passava por um ponto localizado 150 quilômetros a oeste da capital do Haiti, Porto Príncipe, às 8h (9h em Brasília), depois de ter saído do mar como um furacão no dia anterior, perto da cidade de Jacmel (sul).

O Gustav avançava lentamente, o que significa uma grande infelicidade para o Haiti, cujas encostas desmatadas provocam deslizamentos de terra desastrosos quanto atingidas por chuvas fortes, afirmou o Centro Nacional de Furacões (NHC), um órgão dos EUA.

Ao menos duas pessoas foram mortas na terça-feira em um deslizamento ocorrido ali. Na vizinha República Dominicana, oito pessoas - sete da mesma família - foram enterradas vivas quando a encosta de um morro desabou, em uma área localizada ao norte de Santo Domingo.

Os grandes furacões são aqueles classificados como de Categoria 3 ou mais na escala de intensidade Saffir-Simpson (que possui cinco níveis). A possibilidade de uma grande tempestade chegar ao Golfo do México, onde os EUA produzem 25% de seu petróleo e 15 por cento de seu gás natural, provocou instabilidade nos mercados de energia.

Os furacões Katrina e Rita eram ambos de Categoria 5 quando ingressaram no Golfo em 2005, diminuindo em um quarto a produção norte-americana de petróleo e gás ao danificar plataformas e provocar o rompimento de oleodutos.