O presidente socialista da França, François Hollande, pode se redimir com alguns apoiadores ao ressuscitar um superimposto de 75% sobre salários milionários, mas seu plano de transferir o ônus dos indivíduos para as empresas causou pouco entusiasmo, inclusive na esquerda, e desagradou fortemente os líderes empresariais.
Em pronunciamento na noite de quinta-feira, Hollande anunciou uma nova versão do seu plano, com a alíquota tributária de 75% sobre salários superiores a 1 milhão de euros por ano, mas agora afetando as empresas, não os indivíduos. A versão anterior havia sido barrada pelo Conselho Constitucional.
Com o novo plano, ele busca manter uma alíquota que simbolize o empenho em obrigar os ricos a ajudarem a tirar a França da crise. A Corte Constitucional diz que o limite legal para os indivíduos é de 66%.
"Não entendo o pensamento do presidente", disse Laurence Parisot, diretor da entidade empresarial Medef, qualificando a nova versão do superimposto como "um golpe ao setor empresarial."