Novas revelações feitas por Edward Snowden sobre as atividades de espionagem digital dos Estados Unidos vieram à luz nesta quarta-feira (31), enquanto parlamentares norte-americanos submetem a crescente escrutínio os programas de vigilância secreta do governo.

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O jornal britânico The Guardian publicou, com base em documentos entregues por Snowden, materiais de treinamento da Agência de Segurança Nacional (NSA) para o programa XKeyscore, que a reportagem disse ser um sistema que abrange "praticamente tudo que um usuário típico faz na internet".

Analistas de inteligência podem exercer vigilância por intermédio do XKeyscore, bastando para isso preencher na tela do computador um formulário com uma "justificativa ampla" para vasculhar comunicações, sem necessidade de autorização judicial ou de outros funcionários da NSA, segundo o Guardian.

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No mês passado, Snowden, ex-funcionário terceirizado do serviço de inteligência dos Estados Unidos, revelou que o governo norte-americano espionava secretamente as comunicações telefônicas e via computador de milhões de pessoas, dentro e fora do país, num caso que provocou indignação internacional.

Autoridades de inteligência dizem que essas atividades ajudaram a impedir atentados terroristas.

"É falsa a conclusão de que a coleta pela NSA é arbitrária e irrestrita", disse a agência em nota respondendo à reportagem do Guardian e descrevendo o sistema XKeyscore como parte do "sistema legal de coleta de sinais de inteligência estrangeira pela NSA".

Parlamentares têm exigido uma maior supervisão sobre os programas de vigilância, que foram vastamente ampliados depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

Nesta quarta-feira, funcionários de inteligência foram interrogados na Comissão de Justiça do Senado a respeito das formas de coleta de informações, da falta de transparência e dos lapsos de segurança que permitiram que Snowden obtivesse tantos dados.

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No mesmo dia, o gabinete do Diretor Nacional de Inteligência divulgou três documentos, agora liberados do sigilo, que autorizavam e explicavam a coleta "a granel" de dados das comunicações telefônicas.

Em nota, o gabinete disse que a divulgação dos documentos "atende ao interesse de uma maior transparência". Na verdade, grande parte das informações ali constantes já havia sido citada em audiências públicas por autoridades de inteligência.