Estudar o genoma do neandertal só é possível graças às novas tecnologias de seqüenciamento desenvolvidas nos últimos três anos. Elas permitem seqüenciar grandes quantidades de DNA em um tempo muito menor, por um custo muito reduzido, e com base em amostras muito pequenas.
A tecnologia usada pela equipe do Instituto Max-Planck é a da empresa 454 Life Sciences, pioneira do setor. Além do DNA estar todo fragmentado, os cientistas precisaram tomar várias precauções para separar o DNA de neandertal do DNA de micróbios (que colonizaram o osso) e de seres humanos (que manipularam o osso desde que ele foi escavado). O genoma teve de ser seqüenciado 35 vezes para chegar a uma seqüência confiável, sem erros e 100% neandertal.
"É um marco importante que mostra como a tecnologia moderna está permitindo gerar dados seguros, que há poucos anos eram impensáveis", diz o geneticista Fabrício Santos, da Universidade Federal de Minas Gerais.
O desafio agora é concluir o genoma nuclear do neandertal. Segundo o cientista Ed Green, do Max-Planck, o trabalho deve ficar pronto no fim do ano.
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