Pelo menos uma pessoa morreu hoje em protestos da oposição do Egito contra o presidente Mohamed Mursi na praça Tahrir, no Cairo, um dia após o mandatário decretar estado de emergência pela onda de violência que deixou 55 mortos nos últimos cinco dias.

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As medidas foram anunciadas por Mursi ontem e atingem Ismailia, Suez e Port Said, onde 32 pessoas morreram em protestos no último sábado. As cidades ficarão 30 dias sob toque de recolher de 21h às 6h, além de serem policiadas pelo Exército.

A morte ocorreu após mais um dia de manifestações na capital egípcia contra o governo de Mursi, lideradas por setores liberais que não concordam com a nova Constituição e outras medidas que restringem liberdades individuais e a representação de outros setores da sociedade egípcia.

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Além do ato desta manhã, estão convocados para a tarde alguns atos apoiados pelos opositores, incluindo os grupos da chamada Frente Nacional de Salvação, que inclui o terceiro colocado na eleição presidencial, Hamdin Sabahi, e o prêmio Nobel da Paz, Mohamed el Baradei.

A decisão de Mursi foi tomada após cinco dias de manifestações violentas contra seu governo nas principais cidades do país, que coincidiram com os dois anos do início da revolta que levou à queda do ditador Hosni Mubarak.

A violência tomou proporções maiores em Port Said, onde foi divulgada no último sábado a condenação à pena de morte de 21 acusados de terem provocado o massacre em um estádio de futebol da cidade, em fevereiro de 2012, em que 54 pessoas morreram.

O presidente também propôs mais uma rodada de diálogos nacionais, assim como feito durante os protestos de dezembro contra a nova Constituição. Assim como no mês passado, o evento será novamente boicotado pela oposição.

Projeto

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Além do decreto, o governo enviou hoje ao Congresso um projeto de lei que autoriza o presidente a usar o Exército em caso de protestos violentos, como ajuda à polícia.Caso entre em vigor, Mursi poderá deslocar os militares quando quiser para reprimir os atos até o fim das eleições legislativas, que ainda não têm data prevista.

O envio do Exército às ruas foi usado para controlar os ânimos dos opositores em diversas ocasiões pela junta militar que governava o país até junho e pelo próprio Mursi. Na semana passada, as tropas foram usadas para garantir a segurança no Cairo, em Suez e em Port Said.