Embora as eleições presidenciais americanas sejam daqui a três meses, estrategistas republicanos se preocupam cada vez mais com a distância que a candidata democrata, Hillary Clinton, está abrindo em relação a Donald Trump. Enquanto a média nacional calculada pelo site Real Clear Politics (RCP) dá uma vantagem de 4 a 9 pontos percentuais para a ex-secretária de Estado (com uma média nacional de 6,7 pontos à frente do bilionário), consultas realizadas em estados, alguns deles chave para a eleição, mostram uma diferença que chega a 25 pontos.
A média de Hillary subiu um ponto percentual nos últimos quatro dias, segundo o RCP, e o caminho para a vitória de Trump estaria “se estreitando a cada dia”, comentou o estrategista republicano Matt Mackowiak em entrevista ao International Business Times.
A principal fonte de preocupação está nas batalhas estaduais, já que pelo sistema eleitoral americano o vencedor leva todos os votos no colégio eleitoral do estado onde vence. Trump está atrás em locais que podem definir a eleição.
O bilionário vem perdendo terreno no chamado Rust Belt (Cinturão da Ferrugem) — área industrial no Nordeste dos EUA que entrou em declínio a partir da metade do século passado. Na média do RCP, o candidato está 9 pontos atrás de Hillary na Pensilvânia, estado primordial para que ele conquiste a região.
Não é um caso isolado. Pesquisas NBC News, Wall Street Journal e Marist da semana passada chegam a colocá-lo com uma diferença de dois dígitos em relação à ex-primeira-dama em Virgínia e Colorado. Na Carolina do Norte, onde o colega de partido Mitt Romney venceu em 2012, a diferença é de 9 pontos. A CBS News, por sua vez, mostra Trump cinco pontos atrás na Flórida, um swing state (os estados pêndulos, que a cada ano votam em uma legenda diferente), e 9 em New Hampshire.
Em Nova York — cidade onde ele nasceu e onde Hillary se elegeu senadora — a pesquisa do Siena College dá Hillary com 50% dos votos contra 25% de Trump. Em Washington, de acordo com o instituto Elway, a diferença é de 19 pontos.
Resultados das polêmicas
Entre os motivos para Hillary abrir vantagem estão declarações polêmicas do candidato após as convenções dos partidos. Trump criticou a família de um militar americano morto no Iraque, sugeriu que “o pessoal da Segunda Emenda” (que defende o porte de armas) poderia deter a democrata, e acusou o presidente Barack Obama de ser o fundador do Estado Islâmico.
Complicando a situação, o “New York Times” revelou que seu chefe de campanha teria recebido US$ 12 milhões por trabalhar como consultor do então presidente ucraniano pró-Rússia.
Para estrategistas republicanos, o tempo pode estar se esgotando para Trump.
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