A polícia e o Exército italianos estão controlando quem procura trens para outras cidades. Decreto do governo do primeiro-ministro, Giusseppe Conte, assinado no sábado (21), impede os deslocamentos entre regiões e cidades.
No domingo (22), 120 passageiros foram impedidos de embarcar na estação central de Milão, capital da Lombardia e centro da epidemia do coronavírus na Itália. Nesta segunda-feira, militares do Exército controlavam o embarque na Estação Termini, em Roma.
Conte resolveu estreitar ainda mais as regras de fechamento de atividades na Itália depois de ser pressionado pelos governadores de províncias afetadas, como a Lombardia, e por aqueles do sul do país que ainda temiam uma fuga moradores do norte em direção a áreas ainda menos afetadas pela Covid-19.
Fechamentos
Além de controlar os deslocamentos, os decretos de fim de semana de Conte mandam fechar até 3 de abril todas as atividades não essenciais na Itália. A fabricantes de pneus Pirelli, por exemplo, fechou; já a Barilla, de massas, não. Isso porque toda a indústria automobilística foi paralisada, enquanto a de alimentos pôde permanecer aberta.
Na última semana, o governador Attilio Fontana, da Lombardia, havia pedido medidas mais drásticas ao governo italiano. Ele está senso assessorado por médicos chineses que enfrentaram a epidemia de coronavírus com o toque de recolher na China.
Fontana emitiu um decreto para a região que é ainda mais rígido do que o de Conte e determinou o fechamento de negócios que haviam passado ilesos nas determinações do primeiro-ministro.
Esses são os casos dos escritórios de advocacia e dos de contabilidade, que fecham na Lombardia enquanto permanecem abertos no restante do país.
Davide Camparini, assessor da região lombarda, criticou o governo Conte: "Disse que deveríamos ter esperado. Aqui se está morrendo. Na Lombardia, os hotéis serão fechados, os escritórios profissionais serão fechados e a desobediência será punida com 5 mil euros de multa", afirmou ao Corriere della Sera.
Em 9 de março, Conte já havia decretado uma primeira quarentena, considerada depois pouco eficaz para o tamanho da epidemia em algumas regiões. No sábado à noite, o governo de Roma soltou seu novo decreto com o qual ampliou a rigidez das regras.
Deslocamentos
No caso dos deslocamentos, o decreto do governo central prevê multa de 208 euros em caso de desobediência e proíbe entre as cidades e regiões o transporte público ou privado, exceto de pessoas autorizadas a viajar ou que cumprem atividade essenciais.
Na estação central de Milão, ao mesmo tempo em que o controle da polícia impedia a viagem de 120 pessoas, somente 50 foram liberadas para entrar no trem e deixar a capital da região mais atingida pela epidemia.
A Itália havia registrado até domingo 59.138 casos de coronavírus no país, dos quais 5.476 pacientes morreram e 7.024 foram curados. Sozinha, a Lombardia contava no domingo com mais mortos do que a China. Foram 3.456 e 5.865 pacientes curados – a China registrou 3.274 mortes. Ao todo 17.889 pessoas estavam em tratamento em razão da Covid-19 na região.