As equipes de socorro redobraram seus esforços neste sábado (7) para resgatar vivos nove mineiros presos desde quinta-feira no esconderijo de uma mina no sul do Peru, depois de terem descartado utilizar máquinas pesadas para subir a colina onde se encontra a jazida informal Cabeça de Negro.
Os mineiros estão presos a 250 metros terra adentro, em um túnel horizontal, após o deslizamento na colina onde está a mina Cabeça de Negro, no bairro de Quilque, distrito de Yauca do Rosário, na região Ica.
"Estão vivos, mas desistimos de usar uma retroescavadeira por conta da dificuldade em levá-la de caminhão ao topo da colina", disse por telefone à AFP Erin Gómez, secretário da Defesa Civil de Ica, 325 km ao sul de Lima.
As tarefas de resgate intensificaram-se neste sábado com a substituição dos esgotados policiais e bombeiros presentes no local havia mais de 40 horas, completou Gómez.
No melhor dos casos "o resgate poderá ser concluído na noite de sábado ou de domingo, mas tudo depende de não ocorrerem mais deslizamentos no momento de remover os escombros que obstruem o refúgio", afirmou à AFP o funcionário da Defesa Civil.
As equipes de socorro levaram soro e remédios, bebidas hidratantes e oxigênio para o exterior da mina, onde um pequeno acampamento foi improvisado.
Presos há mais de 48 horas, os mineiros informaram que alguns deles "estão sofrendo quadros de desidratação e alteração da saúde mental", disse Alberto Borja, da Direção Regional de Saúde à rádio RPP.
Segundo Borja, "todos estão juntos e ilesos. Sua maior preocupação é que recebam líquidos. Enviamos 100 garrafas", disse.
"Os mineiros estão isolados por conta de um deslizamento de terra que bloqueou o refúgio, mas estão recebendo água e oxigênio por um sistema de canal", disse Erin Gómez.
A comunicação estaria sendo feita através de uma mangueira, segundo as equipes de socorro.
Cinquenta e dois mineiros morreram no Peru em 2011 em acidentes de trabalho, segundo dados do Ministério de Minas e Energia do país, que não diferencia entre as vítimas da mineração informal e formal.
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