m novo ataque suicida deixou pelo menos 30 mortos, entre eles 15 membros da marinha argelina, e cerca de 50 feridos neste sábado em Dellys, um pequeno porto da Cabília 70 km a leste de Argel, segundo comunicado do ministério do Interior, que revisa a cifra de 28 mortos fornecida anteriormente por fontes hospitalares.
O camicase estava a bordo de uma caminhonete cheia de explosivos, de acordo com os primeiros depoimentos recolhidos pela AFP no local. Sua identidade não é conhecida, nem sua filiação política.
O balanço deve se agravar, avisou um oficial da proteção civil, que estava trabalhando no transporte dos feridos ao hospital local e aos demais centros médicos da região. Vários civis, essencialmente doqueiros do porto de Dellys, estão entre os feridos.
Segundo as primeiras constatações, a caminhonete-bomba explodiu perto do quartel da marinha, formado por alojamentos pré-fabricados. A maior parte desses alojamentos foi destruída pela força da deflagração.
Pedaços de madeira, de ferro e de concreto foram projetados a centenas de metros de distância pela explosão, assim como roupas e malas.
Ambulâncias e helicópteros foram mobilizados. O porto foi imediatamente bloqueado, e policiais da divisão antiterrorista estabeleceram um perímetro de segurança. A tensão estava no auge.
A cidade de Dellys também foi invadida pelas forças de segurança. Muito abalada, a população tentava pedir informações sobre o ataque a policiais nervosos, que não respondiam.
A região de Dellys, na Cabília, foi palco de vários ataques islâmicos nos últimos anos. Encostada na montanha de Sidi Ali Bunab, famosa por sua floresta densa, ela é considerada o feudo dos radicais islâmicos desde o início dos atentados terroristas na Argélia, em 1990.
Este atentado foi cometido dois dias depois de um ataque suicida contra a comitiva do presidente Abdelaziz Buteflika em Batna (leste da Argélia), que deixou 22 mortos e mais de 100 feridos, e alguns dias antes do início do Ramadã, o mês de jejum sagrado muçulmano.
Vários atentados suicidas foram perpetrados na Argélia desde o dia 11 de abril. Dois ataques simultâneos com carros-bombas foram cometidos contra o palácio do governo, no centro de Argel, e uma delegacia do subúrbio da capital, deixando pelo menos 30 mortos e mais de 200 feridos, segundo um balanço oficial.
Em 11 de julho em Lakhdaria, 70 km a leste de Argel, um quartel do exército foi alvo de um camicase que dirigia um veículo frigorífico cheio de explosivos. O ataque deixou 10 mortos e 35 feridos entre os militares.
Os atentados de Argel e Lakhdaria foram reivindicados pelo braço da Al-Qaeda no Magrebe (ex-GSPC argelino), um movimento afiliado ao grupo de Osama Bin Laden e comandado por Abdelmalek Drukdel, também conhecido como Abu Mossab Abdelwadud.
De acordo com os especialistas locais do antiterrorismo, este grupo teria formado uma brigada de camicases com jovens recrutas do maqui argelino, entre os quais Abdel Qahar Belhadj, 20 anos, filho de Ali Belhadj, ex-número dois da Frente Islâmica da Salvação (FIS, extinto).
O ataque contra a comitiva presidencial em Batna e o de hoje em Dellys ainda não haviam sido reivindicadas no início da tarde deste sábado.
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