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A ditadura de Cuba, liderada por Miguel Díaz-Canel, acompanhou um novo aumento da inflação oficial no mês de março, que chegou a 33,17%, superior aos 32,08% de fevereiro, indicando um fracasso do "plano de choque" anunciado no final do ano passado pelo regime, que prometia melhorar a economia da ilha.
O maior aumento por categoria, segundo informou o Gabinete Nacional de Estatística e Informação (ONEI), foi observado no setor dos transportes (47,95%), após a entrada em vigor do pacote de medidas que aumentou o preço do combustível em mais de 400%.
Como resultado disso, a capital Havana perdeu, no mês passado, metade da frota de transporte público, de acordo com o jornal estatal Granma.
A inflação também atingiu fortemente o setor de restaurantes e hotéis, chegando a 41,01%. Na área de alimentação e bebidas não alcoólicas, atingiu um aumento de 36,8%, e em bens e serviços diversos, 23,66%. Todas as categorias registaram aumentos homólogos, a maioria delas com taxas que chegaram a dois dígitos, segundo o ONEI.
Cuba, controlada por lideranças comunistas, enfrenta uma grave crise econômica há mais de três anos, marcada por erros na política macroeconômica nacional. Entre os problemas que atingem a população estão a escassez de alimentos, dolarização parcial da economia e aumento constante dos preços.
Os dados da inflação no mercado informal, mais comum aos cubanos atualmente, não estão incluídos nas informações coletadas pelo regime. Segundo a agência EFE, algumas estimativas colocam a inflação no mercado informal no patamar de 500%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) interanual de março também se manteve elevado, situando-se em torno dos 54,8%.