O candidato democrata ao Senado por Illinois, Alexi Giannoulias, disputou a vaga que já foi de Obama, mas...| Foto: Brian Kersey/Getty Images/AFP

Presidente "joga tudo" para conquistar votos

Washington - O presidente Barack Obama resolveu ontem se jogar de cabeça na internet num último esforço em prol do voto democrata, pe­­dindo aos jovens eleitores e grupos de minoria que apoiem seu partido nas eleições legislativas de meio de mandato. "Você poderia passar 15 minutos en­­trando em contato com os eleitores para dizer a eles como é im­­portante que eles votem hoje?", afirma Obama em sua conta no Twitter.

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Republicanos saem na frente no começo da apuração

Washington - A oposição republicana cravou seus primeiros ganhos nas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos em meio à expectativa de recuperar o controle da Câmara dos Representantes e reduzir a maioria democrata no Senado.

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... teve uma disputa acirrada com o republicano Mark Kirk, um dos líderes da oposição ao governo

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se verá em difícil situação para levar adiante sua agenda de "mudança" a partir de janeiro, quando tomarão posse os 435 novos deputados federais e 33 os senadores eleitos ontem no país. A nova composição do Con­­gresso não só dificultará a tramitação de projetos originados na Casa Branca nos próximos dois anos. Também puxará a agenda interna e externa dos EUA para o campo mais conservador e dará início a um período de intenso conflito entre os republicanos e o governo Obama.

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A reconquista da maior parte das cadeiras da Câmara dos De­­putados pelo Partido Republi­­ca­­no e a redução da maioria democrata no Senado devem ser confirmadas hoje, no decorrer da apuração.

Segundo Robert Pastor, diretor do Centro para Democracia e Ad­­ministração Eleitoral da Ameri­­can University, por mais que o presidente Obama mostre-se aberto ao diálogo com a oposição sobre suas futuras iniciativas, o Partido Republicano se mostrará inflexível. Esse comportamento foi observado nos 22 meses de gestão de Obama.

Os projetos ambiciosos da Ca­­sa Branca, como as reformas dos planos de saúde e do sistema fi­­nanceiro, o pacote econômico de US$ 700 bilhões e a ajuda a bancos e grandes empresas, so­­mente fo­­ram aprovados porque os de­­mo­cratas detinham a maioria nas duas casas nesse período. Ainda as­­sim, foi necessário um tremendo esforço de negociação com a base.

Agora, o Partido Republicano terá o controle da Câmara e contará com representantes do Tea Par­­ty em sua bancada. Essa facção de ultradireita tende a se rebelar contra posições moderadas dos republicanos. Como uma primeira ini­­ciativa para impedir a rebelião interna, o partido anunciará amanhã a criação de um Comitê de Transição.

A Câmara deverá ser presidida, a partir de janeiro – caso as projeções dos resultados das eleições se confirmem –, pelo deputado republicano John Boehner, de Ohio. Sua agenda trará como principal desafio o bloqueio à política da Casa Branca de fo­­mento da economia a partir de dedução de impostos para a classe mé­­dia e a pequena e média empresa. Boehner insistirá no corte de gastos públicos como meio de reduzir o déficit fiscal, de US$ 1,3 trilhão, o equivalente a 10% do Pro­­duto Interno Bruto norte-americano.

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O inevitável ambiente de ma­­ior conflito no Congresso americano já está sendo digerido pela equipe de Obama, segundo uma fonte do governo. Os próprios eleitores, ao concederem maior força aos republicanos no Congresso, deixaram claro sua insatisfação com o go­­verno – seja por ter isso longe de­­mais em tópicos como os planos de saúde ou por ter sido pouco eficiente na condução da recuperação econômica.

Mudança na equipe

Diante do novo cenário político, líderes do Partido Democrata já sugeriram a Obama uma mudança na sua equipe de colaboradores mais próximos e uma revisão em sua agenda. O principal temor da Casa Branca, neste momento, está na possibilidade de reversão de reformas já aprovadas pelo Con­­gresso neste ano. Entre elas, a dos planos de saúde, uma das principais promessas de "mudança" da campanha de Obama em 2008. Também há preocupação com po­­líticas já traçadas pelo governo, mas ainda não postas em prática, como os compromissos que os EUA assumirão na próxima Con­­fe­­rên­­cia das Nações Unidas sobre a Mu­­dança Climática, a COP 16, marcada para dezembro no Mé­­xico.