O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn foi detido ontem em Lille (norte da França) para investigações sobre seu envolvimento com redes de prostituição.
Ex-ministro das Finanças da França, Strauss-Kahn chegou a ser cotado como favorito na eleição presidencial francesa de 2012, mas viu sua carreira política desmoronar ao ser preso em maio do ano passado, em Nova York, sob acusação de agressão sexual contra uma camareira do hotel Sofitel.
Strauss-Kahn chegou ontem pela manhã à delegacia de polícia a qual havia sido convocado, em Lille, e imediatamente foi decretada sua detenção. O advogado do ex-diretor do FMI, Frédérique Baulieu, chegou pouco depois para orientar seu cliente durante a investigação que, teoricamente, pode durar até 96 horas. A expectativa, no entanto, é que ela dure 48 horas.
Strauss-Kahn está sendo investigado sobre as festas libertinas das quais teria participado em Paris e em Washington. Os investigadores querem saber se as mulheres que participavam das mesmas eram prostitutas.
As testemunhas sobre o caso disseram que várias viagens de mulheres foram organizadas e financiadas por dois empresários do norte da França, Fabrice Paszkowski, diretor de uma empresa de equipamentos médicos, e David Roquet, ex-diretor de uma filial do grupo de obras públicas Eiffage.
A última dessas viagens aconteceu de 11 a 13 de maio na capital dos Estados Unidos, às vésperas da prisão de Strauss-Kahn no caso do hotel Sofitel de Nova Iorque. Na época, o então diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi acusado por uma funcionária do hotel, Nafissatou Diallo, de agressão sexual.
As acusações na Justiça norte-americana caíram, mas Strauss-Kahn ainda terá de enfrentar uma ação civil nos Estados Unidos.
O escândalo gerou uma série de revelações sobre sua vida privada, convertendo-o para alguns em um ogro "sexual" e para outros em "vítima" de um complô. Strauss-Kahn reconheceu um gosto pela libertinagem, mas negou ter cometido qualquer ato ilícito ou violento.
O caso de Nova Iorque pôs fim às ambições presidenciais de Strauss-Kahn na França, como um potencial candidato do Partido Socialista, além de ter lhe custado seu cargo no FMI.