O suposto naufrágio de uma corveta sul-coreana pela Coreia do Norte, em março, pode prenunciar um "perigoso novo período" de agressões de Pyongyang à Coreia do Sul, disse na terça-feira o general da reserva nomeado pelo presidente Barack Obama para ser o novo chefe de inteligência dos Estados Unidos.
Os alertas de James Clapper na sua sabatina no Senado para o cargo de diretor nacional de inteligência salientam a crescente preocupação dentro da comunidade de inteligência dos EUA a respeito do comportamento norte-coreano, que Washington considera cada vez mais imprevisível.
Os EUA e a Coreia do Sul anunciaram a realização, no fim de semana que vem, de exercícios militares conjuntos destinados explicitamente a dissuadir a Coreia do Norte de qualquer agressão. Mas funcionários de defesa e inteligência dos EUA admitem que Washington tem opções limitadas para induzir Pyongyang a mudar de rumo.
"A lição mais importante para todos nós na comunidade de inteligência, a partir das provocações de Pyongyang neste ano, é perceber que podemos estar entrando em um novo período perigoso, em que a Coreia do Norte irá novamente tentar promover suas metas políticas internas e externas por meio de ataques diretos aos nossos aliados na República da Coreia (do Sul)," disse Clapper em resposta por escrito a membros da Comissão de Inteligência do Senado.
"Junto com isso está a renovada percepção de que as forças militares da Coreia do Norte ainda representam uma ameaça que não pode ser levada despreocupadamente," acrescentou.
Obama nomeou Clapper, atualmente subsecretário de Defesa para inteligência, em junho, depois de ter demitido o almirante Dennis Blair do cargo.
Os 16 meses de Blair no cargo foram marcados por disputas burocráticas com a CIA e a Casa Branca, e pelas críticas devido o fracasso do sistema de espionagem dos EUA em evitar uma tentativa de atentado aéreo no Dia de Natal contra uma aeronave norte-americana.
O Congresso criou o cargo em 2004 para supervisionar as agências que compõem a comunidade de inteligência dos EUA, inclusive a CIA, numa resposta às falhas reveladas nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
Mas críticos dizem que o cargo nunca teve autoridade suficiente para ser eficaz.Durante a audiência de confirmação, Clapper minimizou a necessidade de outra reforma no setor, dizendo acreditar que a atual estrutura do cargo pode ser usada de modo mais eficiente.
Contrariando senadores partidários da ampliação dos poderes, ele disse que o cargo já tem autoridade "considerável," mas que está preparado para dar um passo além e supervisionar as gestões de programas e finanças.
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