O longa de Barreto, considerado seu melhor em 15 anos, fala da poeta norte-americana Elizabeth Bishop e seu romance com a brasileira Lota Macedo Soares| Foto: Divulgação

Gloria

Chileno é primeiro favorito ao Urso de Ouro no festival

O cinema chileno vive um momento especial. Além da indicação ao Oscar 2013 de melhor filme estrangeiro para No, de Pablo Larraín, o país é o primeiro favorito ao Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim com a exibição de ontem do longa Gloria, de Sebastián Lelio.

A produção foi a primeira da competição a arrancar aplausos entusiasmados da plateia de jornalistas e a protagonista, Paulina Garcia, foi aplaudida de pé em sua entrevista coletiva, minutos após a sessão.

O drama com certas pitadas de humor negro acompanha uma mulher de 58 anos em sua vida diária. A diferença é que não é um retrato comum de uma senhora vivendo com gatos enclausurada em seu apartamento. Gloria é uma mulher ativa, em busca de sexo, mas sem entrar na paranoia que surge se ele não acontecer.

"A humanidade está enfrentando uma nova situação social: a vida está cada vez mais prolongada. Ter 60 anos não é a mesma coisa hoje do que era há antes, sinônimo de uma idosa em casa", diz o diretor Sebastián Lelio.

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O novo filme do brasileiro Bruno Barreto (O Que É Isso, Companheiro?), Você Nunca Disse Eu te Amo passou por dois momentos distintos em sua première mundial no Festival de Berlim, no sábado.

A plateia formada por interessados e jornalistas de vários países começou a dar gargalhadas constrangedoras no início do longa devido ao número exagerado de inserções de logotipos de patrocinadores.

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A sala lotada começou a ecoar as primeiras risadas quando surgiu o logotipo da Petrobras e continuou por mais algum tempo antes da primeira cena do longa realmente aparecer na tela.

Entre todas as produções vistas pela reportagem no festival, o brasileiro é o que mais dá destaque a seus "apoiadores" na abertura – eles vão da RioFilme a Pestana Hotéis.

No entanto, a má vontade gerada por essa espera se dissipou nos primeiros minutos do romance de Barreto, seu melhor filme em pelo menos 15 anos.

O cineasta dirige com uma sensibilidade surpreendente a história do amor entre a poetisa americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto) e a arquiteta e paisagista brasileira Lota Macedo Soares (Gloria Pires), que se encontraram no Rio da década de 1950.

Com o título anterior de Flores Raras, o filme poderia muito bem figurar entre os longas da competição principal – e não ficar relegado a uma mostra paralela como a Panorama.

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No fim, o longa brasileiro arrancou aplausos entusiasmados em uma sala ainda lotada ao término da sessão.