O Congresso do Peru concedeu um voto de confiança ao governo liderado pela primeira-ministra Mirtha Vásquez, após um debate que foi remarcado devido à morte de um parlamentar e após a remodelação do gabinete ministerial nas últimas horas.
O aval do Congresso ao governo venceu a votação em sessão plenária por um placar de 68 votos a favor (dois a mais do que o necessário), 56 contra e uma abstenção. Antes da decisão, Vásquez e os ministros apresentaram mais uma vez as ações planejadas pelo governo para os próximos meses.
Vásquez recebeu menos votos do que seu antecessor no cargo, Guido Bellido, também deputado e que ostensivamente, junto com cerca da metade da bancada do partido governista Peru Livre, votou contra a primeira-ministra.
No entanto, ela obteve votos de bancadas mais ao centro do espectro político, que receberam positivamente as mudanças promovidas no Executivo.
Vásquez, escolhida para o cargo pelo presidente Pedro Castillo, agradeceu ao Congresso pelo apoio e disse que ainda enfrenta um "importante desafio para construir confiança" com os partidos de oposição que votaram contra ela, como o fujimorista Força Popular e os ultradireitistas Renovação Popular e Avança País.
O governo precisou ser remodelado nesta quinta-feira, com vistas ao pedido de confiança, após a renúncia do ex-ministro do Interior Luis Barranzuela, que foi questionado por organizar uma reunião em sua casa, apesar da proibição desse tipo de atividade devido à pandemia.
O novo titular da pasta é Avelino Guillén, um ex-promotor que foi responsável pela acusação no processo que, em 2009, levou o ex-mandatário peruano Alberto Fujimori a uma condenação de 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade.