O novo Parlamento regional da Catalunha, eleito no pleito realizado em 25 de novembro, foi constituído nesta segunda-feira, o que abre um prazo de dez dias para a posse do presidente autônomo.
O acordo alcançado entre os nacionalistas do presidente regional interino, Artur Mas, e os independentistas de Esquerda Republicana de Catalunya (ERC), permitirá a reeleição de Mas, embora as formações ainda não tenham fechado um pacto de Governo.
O presidente de ERC, Oriol Junqueras, se comprometeu na sexta-feira com Artur Mas a garantir sua posse como presidente desta comunidade autônoma do nordeste da Espanha, embora sem um acordo final global de governabilidade.
A constituição hoje do Parlamento, com a eleição da democrata-cristã Nuria de Gispert como presidente da câmara, abre um prazo de dez dias para a posse do presidente regional.
A coalizão nacionalista de centro-direita Convergência e União (CiU), que é liderada por Mas, e os republicanos independentistas de esquerda de ERC, a segunda força mais votada nas eleições de novembro, chegaram na semana passada a um "princípio de acordo" que contempla a realização de uma consulta de autodeterminação "antes de 2015".
A convocação desse referendo é a principal condição de ERC, junto com outras de caráter econômico - como altas de impostos e frear a política de cortes aplicada por Mas na anterior legislatura - para dar seu apoio.
Os nacionalistas de centro-direita de CiU ganharam as eleições autônomas de 25 de novembro, mas perderam 12 cadeiras e ficaram muito longe da maioria absoluta que buscavam ao antecipar dois anos o pleito, o que lhes obriga a fazer pactos com outras forças para poder governar.
Mas, que tinha uma folgada maioria de 62 deputados em um Parlamento de 135 cadeiras, ficou com 50 parlamentares após antecipar em dois anos o pleito para iniciar um processo que contempla a convocação de um referendo sobre o status futuro da Catalunha com relação à Espanha.
A grande beneficiária das eleições foi ERC, que passou de 10 cadeiras a 21, a segunda força parlamentar catalã, deslocando dessa posição à Partida Socialista, que ficou com 20 cadeiras ao perder 8 deputados.
O governo espanhol lembrou que a convocação de um referendo de autodeterminação por um organismo regional não está dentro da Constituição, por isso que não seria legal.