Mesmo sem estar empossado, o novo primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, recebeu o apoio dos Estados Unidos e do Irã, normalmente antagonistas, ao pedir aos líderes políticos que ponham fim às desavenças que permitiram aos jihadistas tomar um terço do país. Abadi ainda enfrenta oposição no país, onde seu colega de partido e também xiita Nuri al-Maliki se recusou a entregar o cargo de premiê após oito anos que alienaram a outrora dominante minoria sunita e afastaram Washington e Teerã.
Abadi pediu ontem a todos os iraquianos "unirem suas forças para fazer frente à ameaça do terrorismo" e assinalou essa como sua principal prioridade, informou seu escritório em comunicado. Milícias xiitas e comandantes do Exército leais a Maliki insinuaram apoiar a mudança, assim como muitas pessoas nas ruas de Bagdá, temerosas de um novo mergulho em um banho de sangue sectário e étnico. Os vizinhos sunitas Turquia e Arábia Saudita também acolheram a indicação de Abadi.
Um comunicado do gabinete de Maliki informou que ele se reuniu com autoridades de alto escalão da segurança e com comandantes da polícia e do Exército para exortá-los a "não interferir na crise política. Pelo menos 17 pessoas foram mortas por dois carros-bomba em áreas xiitas de Bagdá.
Enquanto potências ocidentais e agências internacionais de ajuda cogitam aumentar o auxílio a dezenas de milhares de pessoas expulsas de casa e ameaçadas pelos militantes sunitas do Estado Islâmico perto da fronteira síria, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que os EUA irão estudar os pedidos de assistência militar e de outros tipos assim que Abadi formar um governo de unidade.
União Europeia estuda opções para intensificar suas ações no país
Agência Estado
Os embaixadores europeus se reuniram ontem em Bruxelas e declararam que vão desenvolver opções para intensificar as ações no Iraque, em conjunto com seus aliados. Os representantes da União Europeia afirmaram estar considerando o pedido curdo de apoio militar, em operações coordenadas com autoridades iraquianas. A União Europeia acolheu a indicação do político iraquiano Haider al-Abadi como novo primeiro-ministro do país, substituindo o atual premiê, Nuri al-Maliki.
Suporte
Os países membros do bloco pediram que os iraquianos se esforcem para a instalação de um governo inclusivo. Os europeus se comprometeram a dar suporte aos milhares de iraquianos que fogem das forças militantes do Estado Islâmico no norte do país. Os países europeus prometeram enviar helicópteros, suprimentos, dinheiro e equipamentos para amenizar o sofrimento dos refugiados e auxiliar combatentes que enfrentam os insurgentes sunitas.