Demissionário
Maliki pede que forças militares fiquem à margem da crise política
Efe
O primeiro-ministro demissionário do Iraque, Nuri al-Maliki, pediu ontem ao Exército e à polícia que se mantenham à margem da crise política no país, já que, segundo ele, ambas as instituições devem se concentrar em suas funções de manter a segurança e proteger o país.
"Insto aos comandantes, oficiais e demais empregados dos serviços de segurança a se manterem afastados da crise política, para evitar que os jihadistas do Estado Islâmico (EI) aproveitem a situação", advertiu Maliki durante um encontro com líderes militares, retransmitido pela televisão iraquiana.
Fragilidade
De acordo com o primeiro-ministro demissionário, "alguns podem querer se aproveitar da situação atual se movimentando comodamente dentro das regiões para saquear as instituições estatais". Por conta dessa fragilidade, Maliki fez uma chamada para que as posições militares sejam reforçadas. O levantamento insurgente no norte deixou boa parte do país fora de controle.
ONU
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo por mais esforços pelos civis iraquianos que escaparam do avanço de militantes islâmicos no Iraque e buscaram refúgio em regiões remotas de montanha. "A situação dos yazidis e de outros no Monte Sinjar é especialmente angustiante", disse Ban, acrescentando que a "situação na montanha é calamitosa".
Vaticano
O Vaticano fez ontem um apelo aos líderes muçulmanos para que condenem os "atos criminosos impronunciáveis" realizados por militantes do Estado Islâmico. "Nenhuma causa, e certamente nenhuma religião, pode justificar essas atrocidades", disse o Conselho para o Diálogo Inter-religioso do Vaticano.
1 helicóptero iraquiano que estava levando ajuda aos yazidis presos nas montanhas Sinjar caiu ontem. Fontes militares citaram falha técnica no acidente do MI-17, cujo piloto morreu na queda.
Mesmo sem estar empossado, o novo primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, recebeu o apoio dos Estados Unidos e do Irã, normalmente antagonistas, ao pedir aos líderes políticos que ponham fim às desavenças que permitiram aos jihadistas tomar um terço do país. Abadi ainda enfrenta oposição no país, onde seu colega de partido e também xiita Nuri al-Maliki se recusou a entregar o cargo de premiê após oito anos que alienaram a outrora dominante minoria sunita e afastaram Washington e Teerã.
Abadi pediu ontem a todos os iraquianos "unirem suas forças para fazer frente à ameaça do terrorismo" e assinalou essa como sua principal prioridade, informou seu escritório em comunicado. Milícias xiitas e comandantes do Exército leais a Maliki insinuaram apoiar a mudança, assim como muitas pessoas nas ruas de Bagdá, temerosas de um novo mergulho em um banho de sangue sectário e étnico. Os vizinhos sunitas Turquia e Arábia Saudita também acolheram a indicação de Abadi.
Um comunicado do gabinete de Maliki informou que ele se reuniu com autoridades de alto escalão da segurança e com comandantes da polícia e do Exército para exortá-los a "não interferir na crise política. Pelo menos 17 pessoas foram mortas por dois carros-bomba em áreas xiitas de Bagdá.
Enquanto potências ocidentais e agências internacionais de ajuda cogitam aumentar o auxílio a dezenas de milhares de pessoas expulsas de casa e ameaçadas pelos militantes sunitas do Estado Islâmico perto da fronteira síria, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que os EUA irão estudar os pedidos de assistência militar e de outros tipos assim que Abadi formar um governo de unidade.
União Europeia estuda opções para intensificar suas ações no país
Agência Estado
Os embaixadores europeus se reuniram ontem em Bruxelas e declararam que vão desenvolver opções para intensificar as ações no Iraque, em conjunto com seus aliados. Os representantes da União Europeia afirmaram estar considerando o pedido curdo de apoio militar, em operações coordenadas com autoridades iraquianas. A União Europeia acolheu a indicação do político iraquiano Haider al-Abadi como novo primeiro-ministro do país, substituindo o atual premiê, Nuri al-Maliki.
Suporte
Os países membros do bloco pediram que os iraquianos se esforcem para a instalação de um governo inclusivo. Os europeus se comprometeram a dar suporte aos milhares de iraquianos que fogem das forças militantes do Estado Islâmico no norte do país. Os países europeus prometeram enviar helicópteros, suprimentos, dinheiro e equipamentos para amenizar o sofrimento dos refugiados e auxiliar combatentes que enfrentam os insurgentes sunitas.