O novo primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, nomeou na quarta-feira (21) um gabinete composto principalmente de antigos assessores seus, os quais terão a tarefa de estimular a economia e cortar gastos públicos para recuperar a confiança dos investidores. Luis de Guindos, ex-executivo do Lehman Brothers e ex-subsecretário de governo, será o titular do que resta do Ministério da Economia, dividido em dois por Rajoy. Cristóbal Montoro cuidará da outra metade, a do Tesouro. Juntos, os dois ministros supervisionarão uma reforma do sistema bancário, e terão de convencer os espanhóis a fazerem mais sacrifícios para evitar um colapso na quarta maior economia da zona do euro. A Espanha está no centro da crise da dívida na zona do euro, e há temores de que sua economia seja grande demais para ser resgatada como foi a da Grécia. O desemprego no país já atinge 20 por cento, e meses atrás o movimento conhecido como Indignados realizou grandes mobilizações populares contra medidas de austeridade. Muitos economistas dizem que o país já entrou em recessão. Na segunda-feira, Rajoy prometeu profundos cortes de gastos em todos os níveis do governo, para reduzir o déficit público. Mas ele também ofereceu benefícios tributários a empresas, para estimular a geração de empregos e o crescimento econômico. O Partido Popular (centro-direita) foi eleito por ampla margem na eleição parlamentar espanhola do mês passado, encerrando mais de sete anos de governo socialista. Rajoy manteve sigilo sobre a composição do gabinete até a última hora, mas De Guindos e Montoro já eram cotados para a equipe econômica. Na terça-feira, Rajoy recebeu um voto de confiança no Parlamento, e na quarta-feira o rei Juan Carlos lhe deu posse. Outros ministros incluem a advogada e economista Fátima Báñez, que há anos assessora Rajoy em questões econômicas, e será ministra do Trabalho. José Manuel García-Margallo será o chanceler. Depois de um leilão de títulos espanhóis na terça-feira, os juros pagos pelo governo da Espanha caíram para 5,12 por cento, menor valor em dois meses. Especula-se no mercado que o leilão foi um sucesso graças a créditos subsidiados oferecidos pelo Banco Central Europeu.
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