Tel Aviv - O Knesset, Parlamento israelense, oficializou ontem Benjamin Netanyahu, 59 anos, como premier. Com 30 cargos ministeriais, o líder direitista do partido Likud chefiará o gabinete com maior número de pastas nos mais de 60 anos de história do Estado de Israel.
O novo governo é um amplo e heterogêneo grupo, composto por um partido religioso ortodoxo (Shas), um religioso nacionalista (Casa Judaica), um ultranacionalista laico de direita (Israel Beitenu), um de centro-esquerda (Trabalhista) e pelo conservador Likud.
Para acomodar aliados, Netanyahu criou novas pastas tantas que os marceneiros do Parlamento precisaram trabalhar na madrugada para ampliar a mesa do gabinete.
Em 1996, ao assumir como o mais jovem premier da história israelense, ele se gabou de um gabinete enxuto (18 membros).
No discurso de ontem, o linha-dura repetiu frases recentes, afirmando que buscará a paz. Crítico da solução de dois Estados, norte das negociações desde 1993, ele entretanto não falou em "Estado Palestino".
Ao tratar de suas prioridades, o novo premier citou a crise econômica e a segurança. "O maior perigo para a humanidade e para nosso país é a possibilidade de um regime radical se equipar com armas nucleares. Não devemos permitir a ninguém colocar um ponto de interrogação sobre nossa existência", afirmou, em clara alusão ao Irã.
Reações
A repercussão ao novo premier e seu governo foi negativa. A ex-chanceler Tzipi Livni, a quem Netanyahu cortejou para ingressar na coalizão e trazer junto o Kadima (centro-direita) desde a eleição de 10 de fevereiro, disse que é um "governo inchado, cheio de ministros encarregados de nada".
Nabil Abu Rudeina, porta-voz da Autoridade Nacional Palestina, afirmou que "não foi um início empolgante e instou os Estados Unidos a pressionarem pela concessão territorial.
Até o grupo islâmico Hamas, que alegara não ver diferenças entre quaisquer governos de Israel, disse que o novo gabinete "levará a região de mal a pior".