O novo presidente de Taiwan, William Lai (Lai Ching-te), afirmou que seu governo mostrará “determinação” na hora de proteger a ilha, em torno da qual a China implementou nesta quinta-feira (23) intensas manobras militares que estão programadas para continuar até esta sexta (24).
“Neste momento, a comunidade internacional está prestando muita atenção na democracia de Taiwan. Perante os desafios e ameaças externas, continuaremos a defender os valores democráticos e de liberdade, a fim de proteger a paz e a estabilidade regionais”, disse o presidente.
No seu discurso durante um ato na sede da 66ª Brigada de Fuzileiros Navais, no qual não se referiu explicitamente aos exercícios da China, Lai destacou sua “confiança” no Exército da ilha e pediu a todos os cidadãos “que tenham calma”.
“Como comandante-chefe das Forças Armadas, minha responsabilidade é proteger o nosso país e proteger as vidas e propriedades de todas as pessoas (de Taiwan). Estarei na mesma frente que meus irmãos e irmãs do Exército para proteger conjuntamente a segurança nacional”, disse Lai.
O presidente, rotulado por Pequim como “secessionista” e “desordeiro”, destacou sua intenção de “promover a reforma da defesa nacional, fortalecer a eficácia geral de combate do Exército e prestar melhores cuidados” aos membros das Forças Armadas.
“Acredito firmemente que cuidar bem do exército nacional significa cuidar bem do país”, disse Lai.
O Comando do Teatro Oriental de Operações do Exército de Libertação Popular (ELP) da China anunciou o início de exercícios militares perto de Taiwan a partir das 7h45 (20h45 de quarta-feira em Brasília), para “punir fortemente os atos separatistas relativos à independência”.
A China classificou os exercícios como “completamente legítimos e necessários”, observando que estão “alinhados com o direito e a prática internacional”.
"Estes exercícios procuram salvaguardar a soberania e a integridade territorial da China, bem como punir as atividades separatistas daqueles que promovem a 'independência de Taiwan'. São também uma séria advertência contra forças externas que provocam e interferem nos assuntos internos da China", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin.
Por seu lado, tanto o governo como os dois principais partidos da oposição de Taiwan expressaram hoje a condenação destes movimentos.
Nesta linha, o Ministério das Relações Exteriores reiterou que Taiwan “continuará defendendo sua crença na democracia” e não mudará “devido à coerção” da China, que considera a ilha, governada de forma autônoma desde 1949, como uma “província rebelde".