O presidente do Peru, Alan García, disse na terça-feira que pretende alterar a Constituição para introduzir a pena de morte contra pessoas condenadas por estupro e assassinato de crianças.
- Acredito que essas pessoas simplesmente não têm o direito de viver e que a sociedade deve se defender reintroduzindo a pena de morte - disse García a jornalistas.
O presidente, que tomou posse de seu segundo mandato no dia 28 de julho, disse que vai tentar aprovar a reforma por meio de um projeto parlamentar ou de um referendo.
A atual Constituição só prevê a pena de morte em caso de traição em tempo de guerra e terrorismo. Assassinos e estupradores de crianças podem pegar prisão perpétua.
Segundo as estatísticas policiais, 526 menores de 15 anos sofreram violência sexual nos primeiros três meses do ano no Peru. A maioria dos casos, porém, não chega ao conhecimento das autoridades. Não há dados sobre quantas vítimas de estupros foram mortas.
García já havia mencionado a pena de morte nesses casos durante sua campanha eleitoral, o que provocou protestos de entidades de direitos humanos preocupadas com falhas judiciais.
No caso desse tipo mais conhecido da história peruana, um homem foi executado por um pelotão de fuzilamento, no final da década de 1950, por estupro e homicídio contra uma criança. Posteriormente, ganhou força a tese de que o réu tinha distúrbios mentais.
Depois de provocar uma grave crise econômica em seu primeiro mandato (1985-90), García abandonou as tendências esquerdistas e foi novamente eleito ao derrotar o nacionalista Ollanta Humala, favorito dos pobres.
Ele prometia principalmente criar empregos e reduzir as desigualdades, mas a violência continuava sendo uma grande preocupação para os eleitores, especialmente na capital, Lima, onde há grande criminalidade.
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