Nova Iorque – Os governos de seis potências mundiais chegaram ontem a um acordo sobre as novas sanções que pretendem impor ao Irã por sua recusa em suspender seu programa de enriquecimento de urânio. O projeto de resolução com as sanções adicionais foi encaminhado ao Conselho de Segurança da ONU, que deverá votá-lo na próxima semana. Contudo, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou que o CS da ONU não tem "nenhuma legitimidade" para dizer a seu país o que deve fazer em relação a seu programa nuclear e reiterou que não teme sanções econômicas. Ahmadinejad enviou carta ao Conselho pedindo para discursar na reunião na qual será votada a proposta de sanções.

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O projeto de resolução foi redigido pelos cinco membros permanentes do Conselho – EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França – e a Alemanha durante dez dias de negociações. As medidas incluem o embargo às exportações de armas iranianas e o congelamento de ativos de mais 13 pessoas e 15 companhias ligadas aos programas nucleares e de mísseis balísticos iranianos, além de um pedido às nações e instituições para que rejeitem novos empréstimos e doações à República Islâmica.

Os dez membros não-permanentes do Conselho avaliarão o projeto, que deve ser aprovado para servir como uma mensagem de união da comunidade internacional para que Teerã suspenda o enriquecimento de urânio. As grandes potências suspeitam que o Irã quer utilizar seu programa nuclear para fins militares, algo que o governo iraniano nega. O urânio enriquecido é um combustível nuclear que pode ser usado tanto para fins civis como para a fabricação de armas atômicas.

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Em dezembro, o Conselho já havia aprovado sanções limitadas contra o Irã, determinando o congelamento de ativos de 10 empresas e de 12 pessoas relacionadas aos programas nucleares e de mísseis iranianos e ordenando a todos os países que deixassem de fornecer a Teerã material e tecnologia que pudessem ser usados nesses programas.

O novo projeto de resolução não proíbe a venda de armas ao Irã, mas pede que todas as nações "exerçam vigilância e comedimento" no fornecimento de tanques, aviões de combate e outras armas pesadas. O texto também não proíbe viagens, mas diz que todos os países deverão vigiar a entrada e o trânsito em seu território de pessoas que tenham seus ativos congelados. O projeto exige que as nações informem a entrada de qualquer dessas pessoas ao comitê da ONU que supervisiona as sanções aplicadas ao Irã.

Além de não suspender seu programa nuclear, o Irã anunciou recentemente ter instalado duas séries de centrífugas para enriquecer urânio em escala industrial.