O novo rei, Salman bin Abdul-Aziz al-Saud (ao centro) rezou durante o funeral de seu meio-irmão, o ex-monarca Abdullah| Foto: Handout/Reuters

Apreensão

Para analistas, país deve dar sequência à política petroleira

A continuidade do ministério de Abdullah no reinado de Salman é vista por analistas como uma demonstração de que o país continuará sua política em relação ao petróleo. A Arábia Saudita é o maior produtor e exportador da commodity no mundo.

O país manteve seu ritmo de produção nos últimos anos, o que foi um dos fatores que levou à queda de 60% no preço do produto nos últimos meses, o que aumentou a crise econômica em países como a Rússia e a Venezuela.

"Não acredito em uma mudança significativa da política petroleira da Arábia Saudita e espero que continue sendo um fator de estabilidade nos mercados petroleiros", disse o economista-chefe da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.

Mesmo assim, os preços do petróleo no mercado internacional registraram ontem uma leve alta. A razão é a preocupação do mercado com a saúde de Salman, que sofreu dois infartos e tem parte dos movimentos dos braços paralisados.

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O novo rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdul-Aziz al-Saud, 79, disse ontem que manterá a abordagem feita por seu meio-irmão, Abdullah, e colocou seu sobrinho Mohammed bin Nayef, 55, como primeiro na linha sucessória.

Salman foi coroado horas após o da morte de Abdullah, 90, que regia o país desde 2005 e enfrentava complicações provocadas por uma pneumanúncio onia. Neste período, o novo monarca e então príncipe herdeiro controlava o reino.

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Como sinal de continuidade, substituiu apenas o ministro da Defesa, cargo que ocupava antes de ser entronizado.

O titular da pasta passa ser seu filho, o príncipe Mohammed bin Salman, que também acumula o cargo de chefe da Corte Real.

"Nós continuaremos, com o apoio de Alá, a manter o caminho reto que este país vem traçando desde a coroação do antecessor rei Abdulaziz", disse o novo rei, em referência ao meio-irmão.

A principal mudança feita por Salman foi na linha sucessória. O primeiro passa a ser o seu sobrinho Mohammed bin Nayef, atual ministro do Interior e filho do príncipe Nayef bin Abdelaziz, que morreu em 2012.

Inicialmente, seu sucessor natural seria seu irmão, Moqren bin Abdul, 69. Com isso, Salman abre caminho para a nova geração de sauditas, a terceira desde a decretação do reino saudita, em 1927.

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Durante seu discurso, Salman ainda fez uma referência à expansão da milícia radical Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

"As nações árabes e islâmicas estão com uma terrível necessidade de solidariedade e coesão", disse.

Durante o reinado de Abdullah, o país aprofundou sua relação com os Estados Unidos e deu apoio aos rebeldes sírios contra o regime do ditador Bashar Assad, assim como aos militares que derrubaram o presidente do Egito, Mohammed Mursi.

O antigo monarca foi enterrado ontem.