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Um terremoto com magnitude preliminar de 6,1 graus na escala Richter ocorreu no Japão nesta terça-feira (15), informou o Serviço de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). O tremor teve seu epicentro a 115 quilômetros do sudoeste de Tóquio, a uma profundidade pequena.
O terremoto ocorreu às 22h31 (horário local). A cidade mais próxima desse tremor é Shizuoka. Não há informações sobre feridos ou danos por esse novo fenômeno.
Vítimas
Nesta terça-feira, o número oficial de mortos pelo terremoto de 8,9 graus na escala Richter e pelo subsequente tsunami que atingiram o Japão na sexta-feira (11) chegou a 3.373, segundo a polícia. O total de desaparecidos é de 6.746, enquanto o número de feridos se manteve em 1.897.
A crise nuclear no Japão subiu na escala de gravidade. O acidente ocorrido na usina nuclear Daiichi, em Fukushima, é agora classificado como de nível 6, em um escala internacional para acidentes nucleares que vai até 7, disse Andre-Claude Lacoste, chefe da Autoridade de Segurança Nuclear da França. O acidente em 1979 em Three Mile Island, na Pensilvânia, Estados Unidos, é classificado como de escala 5. Já o desastre nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, considerado o pior da história, é apontado como nível 7.
Fuga
Várias pessoas deixaram Tóquio e moradores permaneceram dentro de suas casas em meio a temores de que a radiação de uma usina nuclear atingida pelo terremoto de sexta-feira afete a capital japonesa. Apesar das garantias do governo municipal de que os baixos níveis de radioatividade detectados até o momento "não são um problema", moradores e turistas decidiram que permanecer na cidade era simplesmente arriscado demais.
Várias empresas retiraram seus funcionários de Tóquio, visitantes reduziram as férias e companhias aéreas cancelaram voos. A Administração de Aviação dos Estados Unidos informou que está se preparando para redirecionar rotas caso a crise nuclear se agrave.
Aqueles que permaneceram na capital japonesa estocavam alimentos e outros suprimentos, temendo os efeitos da radiação, que levou pânico à cidade de 12 milhões de habitantes.
Radiação
Dados japoneses indicam que os índices de radioatividade caíram drasticamente na usina nuclear mais danificada pelo terremoto e o tsunami da semana passada, disse a agência nuclear da ONU nesta terça-feira.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um índice de radiação de 11,9 milisieverts (mSv) por hora foi observado no portão principal da usina nuclear de Fukushima, na noite de segunda-feira (horário de Brasília).
Seis horas depois, o índice caiu para 0,6 milisieverts, segundo comunicado da agência sediada em Viena. A AIEA usa a unidade para medir doses de radiação recebida pelas pessoas.
Catástrofe
O Japão enfrenta a possibilidade de uma catástrofe, após a explosão da usina nuclear que liberou uma nuvem de baixa radiação. O primeiro-ministro Naoto Kan pediu que as pessoas não saiam de casa num raio de 30 quilômetros em torno da usina - área onde vivem 140 mil moradores.
Cerca de oito horas após as explosões, a Organização Meteorológica Mundial disse que os ventos estavam dispersando o material radiativo sobre o oceano Pacífico, longe do Japão e de outros países asiáticos. Mas a agência meteorológica da ONU acrescentou que as condições meteorológicas podem mudar.
Os níveis de radiação na cidade de Maebashi, 100 quilômetros a norte de Tóquio, e na província de Chiba, perto da cidade, são até dez vezes superiores aos níveis normais, segundo a agência de notícias Kyodo.
Na capital são registrados apenas níveis mínimos, que segundo as autoridades municipais até agora "não são um problema".
Em um sombrio pronunciamento à nação, Kan disse que "a possibilidade de vazamento radioativo ainda está aumentando". "Estamos fazendo todos os esforços para evitar que o vazamento se propague. Sei que as pessoas estão muito preocupadas, mas eu gostaria de pedir que ajam com calma."
Dois reatores da usina Fukushima Daiichi registraram explosões na terça-feira, após vários dias de esforços frenéticos para resfriá-los. A agência Kyodo disse que a piscina de resfriamento de combustível nuclear no reator número 4 pode estar fervendo, o que sugere que a crise está longe de terminar na central nuclear, que fica 240 quilômetros ao norte de Tóquio.
Níveis de 400 milisieverts por hora foram registrados perto do reator número 4, segundo o governo. A exposição a mais de 100 milisieverts por ano já pode levar ao câncer, segundo a Associação Nuclear Mundial. O governo disse mais tarde que os níveis de radiação em torno do complexo tinham despencado.
A empresa que opera a usina retirou 750 trabalhadores do local, restando apenas 50, e o sobrevoo de aeronaves foi proibido num raio de 30 quilômetros em torno da usina.