Lançamento de teste do novo míssil balístico lançado de submarino Pukguksong-3 na Baía de Wonsan, Coreia do Norte. Foto divulgada pela agência estatal KCNA em 3 de outubro de 2019| Foto: KCNA VIA KNS / KCNA VIA KNS / AFP

A Coreia do Norte intensificou suas provocações ao disparar um míssil balístico de médio alcance lançado de um submarino a 450 quilômetros em uma trajetória elevada de 910 quilômetros na terça-feira à noite que aterrissou nas águas da zona econômica exclusiva do Japão.

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Se o míssil tivesse voado em uma trajetória normal, em vez de elevada, teria voado 1.900 quilômetros. Mísseis balísticos de médio alcance são aqueles com alcance entre 1.000 e 3.500 quilômetros.

A Coreia do Norte testou com sucesso mísseis balísticos lançados por submarinos em 2016 e 2017 a partir de barcaças de teste e de seu único submarino com capacidade para mísseis. Em julho, Pyongyang revelou um novo submarino aprimorado com três tubos de lançamento de mísseis balísticos, uma atualização do submarino de tubo único de lançamento anterior.

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O regime anunciou que ele operaria no mar do Japão.

Atualmente, a Coreia do Sul não tem defesas contra os mísseis balísticos lançados por submarinos norte-coreanos, que são avaliados como capazes de carregar ogivas nucleares. Os navios da Coreia do Sul estão equipados com o míssil Standard Missile-2, que não possui capacidade anti-balística.

Seul está discutindo com os Estados Unidos sobre a aquisição de mísseis SM-3 ou SM-6, o que proporcionaria capacidade de defesa contra mísseis balísticos.

Pyongyang já violou as resoluções da ONU 20 vezes este ano ao lançar mísseis balísticos de curto alcance a partir de quatro sistemas de armas recém-revelados. O regime anunciou que o míssil balístico lançado pelo submarino era um novo Pukguksong-3, esse seria o quinto novo sistema de armas desenvolvido este ano.

Com o lançamento de míssil balístico a partir de um submarino, a Coreia do Norte está perto de alcançar o recordo de lançamentos do ano de 2016, quando realizou 24 lançamentos de mísseis.

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A promessa do ditador norte-coreanoKim Jong-un ao presidente americano Donald Trump de não realizar testes de mísseis balísticos nucleares ou intercontinentais é irrelevante, já que 11 resoluções da ONU impedem qualquer teste nuclear ou de mísseis, independentemente do alcance.

A violação da Coreia do Norte de mais um limite ocorreu pouco depois de o país ter concordado em retomar as reuniões diplomáticas em nível de trabalho com colegas norte-americanos para discutir a desnuclearização. A esperada retomada das reuniões em nível de trabalho entre EUA e Coreia do Norte é um passo bem-vindo - embora mínimo.

Mas, ao lançar o míssil, a Coreia do Norte obriga os EUA a adiar as negociações ou a participar e aceitar tacitamente a 21º violação das resoluções da ONU este ano.

As declarações da Coreia do Norte de parâmetros altamente condicionais para o progresso e aletas de que sua paciência se esgotará ao final do ano não pressagiam grandes progressos, muito menos um avanço revolucionário. Os EUA provavelmente se contentariam com um compromisso norte-coreano de manter o engajamento diplomático.

As reuniões diplomáticas bilaterais esporádicas até agora têm sido parecidas com os “encontros rápidos” de casais, nos quais cada participante procura descobrir rapidamente se são compatíveis antes de seguir em frente. Essa talvez seja uma distração agradável, mas é improvável que leve a um relacionamento duradouro.

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Pyongyang procura desenvolver armas nucleares desde os anos 1960 e há décadas não tem sido transparente sobre as promessas de abandoná-las. Kim não estava mais disposto a abandonar o arsenal de seu país do que seu pai e seu avô, que governavam antes dele.

Até o momento, a abordagem de diplomacia de cúpula de Trump não foi mais eficaz do que os esforços anteriores para reduzir as ambições nucleares de Pyongyang.

Desde que se encontrou com Kim, Trump impediu a política de sanções dos EUA, arriscou as capacidades de dissuasão e defesa de suas alianças ao cancelar exercícios militares e elogiou Kim generosamente, apesar dos crimes contra a humanidade do líder norte-coreano.

Como recentemente observou o ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton, os recursos e a tecnologia aprimorados dos mísseis de curto alcance podem ser adotados por mísseis de longo alcance que ameaçam a pátria americana. O fracasso dos EUA em implementar totalmente as sanções teve efeitos prejudiciais.

Bolton alertou: “Quando você pede um comportamento consistente de outros, você precisa demonstrá-lo. E quando você não faz isso, abrimos a nós mesmos e nossa política ao fracasso”.

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Durante as próximas reuniões de nível de trabalho, os diplomatas dos EUA devem deixar claro que as violações contínuas e o comportamento provocativo de Pyongyang são inaceitáveis.

Os EUA devem anunciar que retomarão os exercícios militares cancelados com a Coreia do Sul e implementarão sanções mais completas se a Coreia do Norte continuar se esforçando para cumprir os requisitos de desnuclearização da ONU.