Cidade do México - Autoridades da saúde no México e nos Estados Unidos tomaram medidas de emergência para conter surtos de um novo tipo de gripe suína. No México, pelo menos 20 mortes foram confirmadas até a noite de ontem e outras 48 estavam sob investigação. Cerca de mil pessoas internadas apresentavam sintomas semelhantes e poderiam estar infectadas. Nos Estados Unidos, oito pessoas teriam sido infectadas.
Para evitar que a doença se espalhe, autoridades mexicanas aconselharam a população a evitar aglomerações, inclusive deixando de usar o metrô. Grande parte das atividades culturais foi cancelada na Cidade do México e arredores. Museus, escolas, bibliotecas, teatros e cinemas públicos foram fechados. O país lançou uma campanha de vacinação, mas não há doses suficientes.
O ministro da Saúde mexicano, José Angel Córdova, afirmou que o vírus é uma mutação que veio de porcos e foi transmitido a humanos. Ele também preveniu contra beijos e apertos de mão. No aeroporto internacional da capital mexicana, passageiros com sintomas de gripe eram aconselhados a não viajar e todos tiveram de responder a questionários sobre saúde. No país, a maioria dos doentes era formada por jovens adultos sem histórico de doença semelhante.
Ministros da Saúde de outros países americanos, como a Costa Rica e o Chile, anunciaram programas de prevenção. Nos Estados Unidos, especialistas se mostraram preocupados com os casos ocorridos na Califórnia e no Texas e reforçaram que o vírus inclui cepas de diferentes tipos de gripe. Segundo um porta-voz da Casa Branca, o presidente Barack Obama foi alertado sobre a possibilidade de o número de casos aumentar abruptamente.
A Organização Mundial da Saúde, que identificou a gripe suína como uma potencial fonte de pandemia de gripe humana, ativou seu centro de operações global contra epidemias.
O secretário de Saúde do Distrito Federal mexicano, Armando Ahued, afirmou que "todas as pessoas que não haviam sido vacinadas" contra a gripe de inverno comum deveriam ser imunizadas com urgência. "Este novo vírus é suscetível a um antiviral específico, e os casos que forem detectados e determinados como gripe serão perfeitamente tratados", afirmou.
Mas o site dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, em inglês) afirma que não há vacina para proteger humanos especificamente contra a gripe suína apenas porcos poderiam ser eficazmente imunizados. "A vacinação anual contra Influenza provavelmente ajudaria a proteger parcialmente contra a cepa H3N2 do vírus suíno, mas não contra a H1N1", diz.
O Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças afirmou que o novo subtipo H1N1 do vírus Influenza tipo A identificado em pelo menos dois dos sete casos confirmados nos Estados Unidos poderia se desenvolver em um vírus do tipo pandêmico.
Surtos do H1N1 foram registrados nos Estados Unidos em 1976, 1986 e em 1988 neste último ano, uma mulher grávida morreu após ter contato com porcos doentes, segundo a OMS. Em anos recentes, o foco global de pandemia de gripe havia mudado para o tipo H5N1, o vírus da gripe aviária, que se espalhou em humanos e matou 257 das 421 pessoas infectadas desde 2003.