Explosão no bairro de Al Karrada, em Bagdá| Foto: Mohammed Jalil/EFE

A explosão de uma série de bombas no Iraque, dentre elas uma cujo alvo foi um governador provincial, matou pelo menos 30 pessoas e deixou dezenas de feridas nesta quinta-feira.

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O Iraque passa pela pior onda de violência desde a retirada das forças norte-americanas em 2011, aumentando os temores de que o país está voltando para a situação de confrontos sectários, que o deixou à beira de uma guerra civil nos anos que se seguiram à invasão, liderada pelos Estados Unidos.

Mais de 500 pessoas foram mortas somente em maio, mas houve uma intensificação dos ataques nas últimas duas semanas. O mês anterior foi o mais violento no Iraque desde junho de 2008, segundo contagem da Organização das Nações Unidas (ONU), que contabilizou mais de 700 mortes em abril no país por causa da violência.

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O escritório do primeiro-ministro Nouri al-Maliki informou que ele passou três horas inspecionando postos de verificação em toda da capital na noite passada, o que mostra a crescente preocupação com a capacidade das forças de segurança de conter a violência.

Autoridades em Bagdá também anunciaram uma proibição, que passa a vigorar na manhã de sexta-feira, para que carros circulem com placas temporárias, situação comum no pós-guerra. Há anos é muito difícil obter novas placas, que geralmente são de modelos antigos e mais difíceis de rastrear. Autoridades afirmam que elas são geralmente usadas em carros-bomba.

A maioria das explosões aconteceu em Bagdá. Carros-bomba mataram quatro pessoas no bairro xiita de Binouq e três morreram após a detonação de uma bomba num mercado de peças de carro no centro da capital, informou a polícia.

No bairro de xiita de Ur, também na capital, um carro-bomba que estava estacionado explodiu perto de uma patrulha do Exército, matando quatro pessoas e deixando 17 feridos, disse a polícia.

Policiais também informaram que uma bomba colocada à margem de uma via explodiu perto de uma patrulha policial no bairro xiita de Karradah, matando três pessoas. Em Shaab, bairro xiita do norte da capital, um carro-bomba explodiu numa área comercial, seis civis morreram e 17 ficaram feridos.

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Na localidade sunita de Azamiyah, também no norte da capital, uma bomba explodiu perto de um comboio militar, matando três pessoas, dentre elas dois soldados, segundo a polícia. Outras 14 pessoas ficaram feridas no ataque. Em Saydiyah, o ataque a uma patrulha policial feriu seis pessoas. Os números foram confirmados por funcionários de hospitais.

Na província de Anbar, o governador escapou de uma tentativa de assassinato quando um suicida jogou um carro cheio de explosivos contra seu comboio, informou o vice-governador Dhari Akan. O governador saiu ileso, mas um de seus guardas ficou ferido.

Anbar é uma grande província, predominantemente sunita, a oeste de Bagdá, que há meses é o centro de protestos contra o governo, liderado por xiitas.

Na cidade de Mosul, dois policiais disseram que um suicida matou três pessoas ao detonar os explosivos que levava junto ao corpo, num posto de verificação federal. Mosul é um ex-reduto insurgente, localizado a cerca de 360 quilômetros a noroeste de Bagdá.

A oeste de Mosul, na cidade de Tal Afar um suicida explodiu um carro cheio de explosivos contra um posto de verificação, matando dois integrantes das forças de segurança e dois civis, além de ferir oito pessoas.

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O enviado da ONU ao Iraque, Martin Kobler, pediu aos líderes que "tirem o país deste caos" urgentemente. "A violência sistêmica está pronta para explodir a qualquer momento", disse ele em comunicado.

Nenhum grupo havia assumido a responsabilidade pelos ataques, mas as autoridades consideram que eles tenham sido realizados pelo braço da Al-Qaeda no Iraque, que com frequência ataca civis e forças de segurança.

Outros grupos militantes também têm elevado suas atividades nos últimos meses, dentre eles o Exército dos Homens da Ordem Naqshabandi, que tem ligação com membros do agora proibido partido Baath, de Saddam Hussein. As informações são da Associated Press.