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Os arautos do fim do mundo terão que ter muita paciência para esperar pelo apocalipse que acreditam ter sido previsto pela civilização maia para este ano. Escavações nas ruínas da cidade maia de Xultún, na Guatemala, revelaram um mural tábuas astronômicas que permitem o cálculo de datas a até quase 7 mil anos no futuro. Mesmo tendo em vista que a contagem do tempo pelos maias teria começado há pouco mais de 3 mil anos antes de Cristo, restariam ainda bem mais de mil anos para a Humanidade.

"É uma falácia a história de que o calendário maia traz uma data de validade para o mundo", diz William Saturno, arqueólogo da Universidade de Boston e principal autor de artigo sobre o achado, publicado na edição desta semana da revista "Science". "A sociedade ocidental tem uma fixação com o fim dos calendários que é bem diferente da visão dos maias. O que para eles significava apenas o início de um novo ciclo, para nós é o fim do mundo."

O mural, datado do século I a.C., também é o exemplo mais antigo conhecido de calendário astronômico da civilização, centenas de anos mais velho que o chamado "Códice de Dresden", de onde os arautos do fim do mundo tiraram a ideia de que os maias previram uma catástrofe global em 21 de dezembro deste ano. Os hieróglifos estão em uma das paredes de um cômodo de um complexo habitacional em Xultún que os pesquisadores acreditam era usado como local de trabalho peplos sacerdotes e astrônomos responsáveis pela contagem do tempo, parte fundamental da cultura maia.

"É a primeira vez que vemos esse tipo de escrita na parede de uma casa e um espaço como este tipo de uso em uma cidade maia", destaca Saturno. "Estes astrônomos, escribas e sacerdotes eram os verdadeiros cientistas de seu tempo, acompanhando os movimentos do céu em busca de padrões."

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