Dois anos e meio depois da expansão de 15 para 25 Estados-membros, o formato de integração da União Européia vem se mostrando bem-sucedido, mas ainda não garantiu, por exemplo, a plena adesão à zona do euro. O maior número de sócios também tornou mais difícil uma posição consensual do grupo. Feitas as contas, o que se vê é que os países membros saíram ganhando com a expansão da UE que terá dois novos sócios em 2007, a Romênia e a Bulgária.
Membros mais antigos, que abriram as fronteiras para o leste em 2004, como o Reino Unido e a Suécia, encontraram uma mão-de-obra que andava em falta. Os recém-chegados ganharam com uma onda de investimentos em seus mercados internos.
"Esses países deram um salto porque, da noite para o dia, se transformaram em um espaço econômico de investimento aberto como qualquer outro. Para alguns, o fluxo econômico foi um sopro de vida extraordinário", diz Estevão Martins, professor de Relações Internacionais da UnB.A questão de maior discordância entre novos e antigos é o processo de revisão da diretriz dos serviços (ex-diretriz Bolkestein), uma iniciativa da Comissão Européia de formar um único mercado para serviços dentro da UE. A diretriz foi uma das maiores motivações dos franceses para votarem "não" no referendo sobre a Constituição Européia no ano passado e criticada pelos sindicatos de alguns dos membros antigos (e mais ricos), que temiam a entrada em massa da mão-de-obra barata da Europa Central.
"Em tese, a longo prazo, todos terão direito a fazer o que bem entenderem, onde quiserem, pelo tempo que desejarem. O direito não é negado. Mas há um escalonamento contratado nos tratados de adesão, para que que o mercado de trabalho suporte a expansão. Então há uma espécie de politíca e de guia para a valorização adequada", afirma Martins.



