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A Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês) enviou cerca de mil informes por ano entre 2006 e 2009 para o FBI (Birô Federal de Investigações), segundo documentos do governo americano divulgados nesta segunda-feira (20) pelo jornal Wall Street Journal.

Os documentos divulgados pela Diretoria de Inteligência Nacional informam que a NSA enviou dois informes diários ao FBI do monitoramento de telefones de suspeitos de terrorismo interno em 2006, o que dá uma média de 700 em todo o ano.

Ao receber os documentos, a agência orienta a força policial a "minimizar os procedimentos" e diz esperar enviar informes de telefones de dois alvos de investigação por dia. No ano seguinte, o número de documentos diários subiu para três, resultando em um acumulado de 1.100 anuais.

Os dados obtidos pelo Wall Street Journal não mencionam a qualidade das informações enviadas pela NSA ou com que frequência o FBI abria investigações criminais baseado nos informes de espionagem. No entanto, sugerem que a agência de inteligência teve um papel ativo em sugerir suspeitos para inquéritos policiais.

Os detalhes sobre o envio de dados de monitoramento da NSA ao FBI continuaram a serem citados até março de 2009. Depois disso, os dados pararam de serem citados. Meses depois, o tribunal de inteligência ordenou uma revisão do programa após disparidades entre o autorizado judicialmente e as atividades reais da agência.

A partir de 2010, não foram publicados números de informes e os documentos passaram a usar a palavra "informação", de forma genérica, para comentar sobre o repasse de dados para o FBI. A partir dos dados de monitoramento da NSA, os agentes federais podem requisitar o nome do dono do telefone a partir do número.

Espionagem

A revelação de documentos pelo governo americano faz parte dos esforços do presidente Barack Obama para diminuir o impacto negativo provocado pelo vazamento de documentos da NSA feito pelo ex-prestador de serviços da agência Edward Snowden.

Ele revelou detalhes sobre programas de espionagem à mídia britânica e norte-americana, que iniciaram a publicar os dados no início de junho. As denúncias provocaram críticas dentro dos Estados Unidos e de países de todo o mundo.

A presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel, reclamaram da espionagem em sua comunicação pessoal, após os vazamentos feitos pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden. Dilma adiou visita de Estado a Washington, mas só Merkel recebeu a promessa de não ser mais espionada.

Na sexta (17), Obama prometeu limitar a espionagem de países aliados, mas disse que manterá a coleta de informações de todo o mundo, em meio ao anúncio de uma reforma nos procedimentos dos serviços de inteligência americanos.

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