A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) passa rotineiramente informações de inteligência a Israel sem antes eliminar detalhes sobre cidadãos norte-americanos, disse o jornal britânico The Guardian nesta quinta-feira (12), citando documentos obtidos pelo ex-técnico de inteligência dos EUA Edward Snowden.

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De acordo com um memorando que teve seus termos definidos em março de 2009, a NSA partilha com Israel informações que podem incluir detalhes de telefonemas e emails interceptados de cidadãos dos EUA, sem nenhuma restrição jurídica para o uso desses dados pelos israelenses, segundo o jornal.

De acordo com a reportagem, o fornecimento de dados brutos a outro país contraria as garantias dadas pelo presidente dos EUA, Barack Obama, segundo quem a privacidade de cidadãos comuns seria protegida.

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O memorando de cinco páginas salienta que os direitos dos norte-americanos à privacidade deveria ser respeitado, mas mesmo assim autoriza Israel a receber "inteligência de sinais" (Sigint, na sigla em inglês) bruta, sem passar por um processo de "minimização" para salvaguardar a privacidade.

"A Sigint bruta inclui, mas não se limita a, transcrições não avaliadas e não minimizadas, resumos, fac-símiles, telex, voz e metadados e conteúdos da Rede Digital de Inteligência", diz o memorando citado pelo Guardian.

O acordo, que permite a Israel reter durante até um ano certos dados que contenham identidades de cidadãos dos EUA, declarava que esse material não seria filtrado de antemão pela NSA, segundo o jornal.

Embora os israelenses concordassem em não visar deliberadamente a norte-americanos que fossem identificados, não havia meio legal de garantir isso.

Em resposta à reportagem, a NSA divulgou nota negando que detalhes pessoais de cidadãos norte-americanos tenham sido incluídos nos dados entregues a Israel, e declarando que a prática atendia às regras sobre a privacidade, disse o Guardian.

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"Sempre que partilhamos informações de inteligência, cumprimos todas as regras aplicáveis, incluindo as regras para proteger informações pessoais dos EUA", disse a agência em nota.

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