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O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, durante reunião com o primeiro-ministro marroquino Saad-Eddine El Othmani em Rabat, Marrocos.
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, durante reunião com o primeiro-ministro marroquino Saad-Eddine El Othmani em Rabat, Marrocos.| Foto: EFE/EPA/STRINGER

O grupo terrorista palestino Hamas confirmou nesta quarta-feira (31) a morte do seu líder, Ismail Haniyeh, em um ataque que atribuíram a Israel em Teerã, onde se encontrava em visita oficial.

“O irmão líder, o mártir combatente Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu como resultado de um traiçoeiro ataque sionista à sua residência em Teerã, após participar da cerimônia de posse do novo presidente iraniano”, disse o grupo em comunicado.

Até o momento, as autoridades de Israel não confirmaram qualquer ataque em Teerã, nem a morte de Haniyeh, que assistiu nesta terça-feira (30) na capital iraniana à tomada de posse do novo presidente do país, Masoud Pezeshkian.

“Não considerem mortos aqueles que foram assassinados no caminho de Alá, mas sim que estão vivos com seu senhor, recebendo sustento”, escreveu ainda o grupo sobre a morte de Haniyeh, número 1 do gabinete político do Hamas, que vivia autoexilado no Catar.

A Guarda Revolucionária do Irã também comentou a morte de Haniyeh em um ataque em Teerã, que matou ainda um dos seus guarda-costas, enquanto o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas – da facção rival Fatah – condenou o “assassinato” do líder do Hamas pela “ocupação”.

Sami Abu Zahri, um oficial do Hamas na Faixa de Gaza, afirmou que “o martírio dos líderes do grupo não quebrará a vontade do movimento ou do povo palestino”.

A notícia da morte de Haniyeh chega poucas horas depois de Israel ter confirmado que matou o chefe militar do grupo xiita libanês Hezbollah, Fuad Shukr, o líder militar mais graduado do grupo e conselheiro próximo do líder da organização, Hassan Nasrallah, em retaliação pelo ataque que matou 12 crianças no sábado na cidade drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã.

Segundo a televisão estatal iraniana, Haniyeh foi morto às 2h de quarta, horário de Teerã (20h de terça em Brasília), enquanto estava em uma residência no norte da capital do Irã.

Haniyeh nasceu no campo de refugiados de Al Shati, na Faixa de Gaza, em 1962. Ele estudou na Universidade Islâmica de Gaza, onde se envolveu pela primeira vez com o Hamas, e se formou em Literatura Árabe em 1987.

Foi nomeado chefe de um escritório do Hamas em 1997 e cresceu na hierarquia da organização terrorista.

Haniyeh liderou a lista do Hamas que venceu as eleições legislativas palestinas de 2006 e se tornou o primeiro-ministro palestino em um governo de unidade nacional junto ao Fatah de Abbas, mas as divergências entre os dois grupos terminaram com a expulsão do Fatah da Faixa e a tomada forçada do poder pelos islamitas no enclave, governado de fato por eles desde 2007.

Haniyeh foi o líder do Hamas na Faixa de Gaza de 2012 até fevereiro de 2017, quando foi substituído por Yahya Sinwar, considerado o mentor dos ataques de 7 de outubro e o verdadeiro líder do grupo, com a última palavra nas recentes negociações com Israel para uma trégua.

Poucos meses depois, em 6 de maio de 2017, Haniyeh foi eleito presidente do Bureau Político do Hamas, substituindo Khaled Mashal; e desde 2019 mudou-se da Faixa para o Catar, de onde foi responsável pela liderança e representação da milícia, especialmente na arena internacional.

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