Diosdado Cabello, primeiro vice-presidente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e número 2 do chavismo, chegou a Cuba na segunda-feira (7), liderando uma delegação com o objetivo de fortalecer as relações entre sua legenda e o Partido Comunista Cubano (PCC). Segundo informações publicadas no site oficial do PCC, a visita de Cabello se estenderá até sexta-feira (11).
Durante sua estadia em solo cubano, Cabello participará de conversas oficiais com altos funcionários do PCC, incluindo o secretário de Organização do Comitê Central do Partido Comunista, Roberto Morales. Além disso, estão previstos diálogos sobre acordos de cooperação interpartidária e trocas de informações.
O PCC destacou em seu comunicado que a aliança entre os partidos se baseia em princípios comuns, tais como o “anti-imperialismo, solidariedade, defesa da democracia e cooperação”.
Cuba e Venezuela mantêm relações políticas e econômicas estreitas desde a ascensão de Hugo Chávez ao poder, em 1999. A colaboração se manifesta no fornecimento de petróleo bruto venezuelano à ilha caribenha em troca de serviços médicos e educacionais.
Além disso, há um vasto histórico de influência cubana nos comandos militares, na inteligência e contrainteligência na Venezuela.
A visita de Cabello à ilha gerou críticas por parte da oposição venezuelana: alguns opositores do ditador Nicolás Maduro expressaram preocupações sobre a possibilidade de Cabello receber "diretrizes" de Cuba para lidar com a oposição na Venezuela.
O deputado da oposição Julio Borges afirmou que "Cuba continua movendo os fios na Venezuela", denunciando a influência da ditadura cubana nos assuntos internos do país.
O jornalista venezuelano Alberto Ravell disse que o encontro entre Cabello e a cúpula cubana serve para o número 2 do chavismo receber orientações do regime de Havana.
“Diosdado Cabello desembarcou em Cuba, onde receberá orientações da direção comunista castrista”, escreveu nas redes sociais.
Durante a visita, Cabello também foi até o cemitério de Santa Ifigênia, onde o falecido ditador de Cuba Fidel Castro está enterrado. Em discurso proferido no cemitério, ele reforçou a continuidade da aliança entre Cuba e Venezuela, afirmando que os dois países “continuam sendo uma mesma bandeira".
A visita de Cabello a Cuba ocorre em meio a um contexto de tensão política em Caracas, às vésperas das eleições de 2024, com o chavismo promovendo um cerco contra as primárias da oposição.
No final de julho, uma fonte do Departamento de Estado dos EUA confirmou que a recompensa do governo americano pela captura de Cabello seguia ativa. Ele é acusado de estar envolvido no narcotráfico internacional.