O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou na madrugada de ontem, ao desembarcar em Brasília, vindo do Haiti, que 17 brasileiros morreram no terremoto que devastou a capital do país na terça-feira. Antes, o número confirmado era de 15.
Jobim afirmou que, até o momento, há 14 militares e três civis brasileiros mortos (um deles, a médica Zilda Arns). O ministro disse ainda que os quatro militares tidos como desaparecidos devem estar mortos informação que não é confirmada pelo Comando do Exército. "Evidente que, nesse momento, a palavra desaparecido funciona como um eufemismo", declarou.
Segundo o comunicado do Comando, todos os desaparecidos estavam no hotel Cristopher e foram identificados como João Eliseu Souza Zanin (coronel); Marcus Vinicius Macedo Cysneiros (tenente coronel); Francisco Adolfo Vianna Martins Filho (major) e Márcio Guimarães Martins (major).
O ministro afirmou ainda que o número dois da Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti (Minustah, na sigla em inglês), o brasileiro Luiz Carlos da Costa está morto, embora seu corpo ainda não tenha sido encontrado. "Ele está naquele hotel em que funcionava a Minustah. Estão todos soterrados", afirmou Jobim, se referindo ao Hotel Cristopher, onde ficava a sede administrativa da missão, e que desabou com cerca de 200 pessoas dentro.
Um terceiro civil, que também teria morrido, não foi identificado.
Os corpos deverão chegar ao Brasil no domingo, após passar por procedimentos da ONU, já que os militares cumpriam missão da organização. Segundo o Itamaraty, os corpos devem passar pela necropsia, que facilitará futuros pedidos de indenização por parte das famílias.
Há cerca de 1.310 brasileiros no Haiti, dos quais cerca de 50 são civis. O Brasil possui 1.266 militares na missão de paz da ONU, Minustah (missão de estabilização da ONU liderada pelo Brasil), enviada ao país depois de uma sangrenta rebelião, em 2004, que sucedeu décadas de violência e pobreza.