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De acordo com um levantamento feito pelo escritório de advocacia AG Immigration a partir de dados obtidos junto ao Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), a emissão de green cards para brasileiros bateu recorde em 2023. Segundo a pesquisa, no ano passado, 28.050 brasileiros receberam a residência permanente nos Estados Unidos.
O número representa um aumento de 16% em relação ao ano de 2022, quando foram concedidos 24.169 green cards a brasileiros.
O montante coloca o Brasil na décima colocação no ranking dos países que mais receberam o benefício migratório. O ranking é liderado por México (179 mil), Índia (76 mil), Cuba (74 mil), República Dominicana (66 mil) e China (58 mil).
“Nos últimos cinco anos, foram registrados os quatro maiores volumes anuais de emissão de green cards para brasileiros. É uma tendência notável”, disse a CEO da AG Immigration, Leda Oliveira, em nota enviada à Gazeta do Povo, nesta segunda-feira (17).
O fenômeno de fuga de trabalhadores, segundo Leda, é explicado por dois motivos principais: a escassez de mão de obra nos EUA, que inflaciona salários e estimula a contratação de imigrantes, e a estagnação político-econômica do Brasil na última década, “que muitas vezes provoca um sentimento de desesperança na população e não gera oportunidades financeiras adequadas”.
“Os green cards para brasileiros basicamente se dividem entre aqueles emitidos com base no parentesco do imigrante, ou seja, quando a pessoa já tem algum familiar que é residente permanente ou cidadão nos EUA, e aqueles concedidos com base no emprego. Estes, em geral, são voltados a profissionais que vão trabalhar em alguma empresa americana ou que, mesmo sem ter uma oferta de emprego, vão para os EUA para desenvolver suas carreiras”, diz outro trecho da nota.
Ainda, segundo o levantamento da AG Immigration, a quantidade de brasileiros que obtiveram a cidadania americana também atingiu o segundo maior patamar da série histórica, após ter atingido recorde em 2022. Ao todo, foram 12.570 naturalizações em 2023, leve queda de 4,7% sobre as 13.203 do ano anterior.
Nesse quesito, o Brasil foi o 16º país que mais obteve cidadania dos EUA, atrás de países como México (109 mil), Índia (57 mil), Filipinas (43 mil), Canadá (18 mil) e Reino Unido (12,7 mil).
Geralmente, um estrangeiro pode naturalizar-se cidadão americano após cinco anos com o green card, contanto que a maior parte desse tempo tenha sido passada em solo estadunidense.
“Quando a pessoa recebe a residência permanente, ela tem que, de fato, morar no país. Caso contrário, o benefício pode ser revogado”, explicou a CEO da AG Immigration.
Como cidadão, o imigrante consegue obter direitos que, apenas como residente permanente, ele não tem, como o direito ao voto, acesso a programas de benefício social e financiamento estudantil, trabalhar em certos cargos da administração pública federal e obter o passaporte americano. Além disso, como cidadão, ele pode patrocinar a ida de familiares para os EUA, como os pais.