O número de mortos encontrados em uma série de valas comuns no norte do México subiu para 116, disse a procuradora-geral do país na terça-feira, atribuindo as atrocidades ao brutal cartel do narcotráfico Zetas.
Soldados começaram a encontrar os cadáveres na semana passada em San Fernando, no Estado de Tamaulipas. Inicialmente foram contabilizados 59 corpos, mas o número foi crescendo constantemente e já se tornou um dos fatos mais mórbidos da "guerra das drogas" que toma conta do México nos últimos anos.
"Podemos confirmar a descoberta de um total de 116 mortos neste ato criminoso ... dos Zetas", disse a procuradora-geral Marisela Morales, numa entrevista coletiva concedida na Cidade do México ao lado do ministro do Interior.
O número de corpos ainda pode aumentar, e a mídia local disse que 128 cadáveres já foram encontrados. As autoridades de Tamaulipas não quiseram comentar a cifra.
Mais de 37 mil pessoas já morreram desde que o presidente Felipe Calderón tomou posse, em dezembro de 2006, e mobilizou as Forças Armadas para enfrentar os traficantes, que também cometem atos de violência entre si, disputando as rotas de exportação de drogas para os EUA.
A situação tem afastado turistas e investidores, num momento em que o México se recupera da sua pior recessão nas últimas décadas.
Tamaulipas, na fronteira com o Texas, é uma das regiões que mais sofrem com o conflito. A imprensa diz que os mortos encontrados nas valas comuns possivelmente eram pessoas que se recusaram a cooperar com os Zetas.
Morales disse que 17 suspeitos foram presos durante as investigações do caso, mas não quis dar mais detalhes sobre possíveis motivações do massacre ou as identidades das vítimas.
As valas ficam perto de uma fazenda onde 72 imigrantes de outros países latino-americanos foram encontrados mortos no ano passado, num crime também atribuído aos Zetas. Nesse caso, acredita-se que a quadrilha estava se aproveitando de imigrantes que tentavam chegar ilegalmente aos Estados Unidos.
A chancelaria da Guatemala disse nesta semana que um cidadão seu estava entre os mortos no novo massacre de Tamaulipas.
A violência das drogas no México abala as chances de vitória do Partido Ação Nacional (conservador, de Calderón) nas eleições presidenciais do ano que vem, e também causa tensões do governo com os EUA, principal parceiro comercial do México.
No mês passado, o embaixador norte-americano na Cidade do México renunciou ao cargo, em meio a acusações mútuas de negligência no combate aos traficantes.
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