![Número de execuções quase dobrou pelo mundo em 2008, diz Anistia Internacional Foto de 2008 mostra encenação de atores durante protesto na frente do Parlamento Europeu contra os atos desumanos cometidos contra vítimas de tortura e execução | Dominique Faget / AFP Photo](https://media.gazetadopovo.com.br/2009/03/apoio_as_vitimas_de_tortura_anistia_execucoes-1.0.40247490-gpLarge.jpg)
O número de execuções cresceu mais de 90% e chegou a 2.390 no ano passado, com a China, o Irã, a Arábia Saudita, o Paquistão e os Estados Unidos responsáveis por mais de 90% delas, informou a Anistia Internacional nesta terça-feira (24).
A China promoveu 72% de todas as execuções em 2008, de acordo com dados que a Anistia diz ter colhido junto a governos, grupos de direitos humanos, tribunais e reportagens na mídia.
"A situação geral (na China) é cercada de segredos, e os números podem ser muito, muito maiores", disse Irene Khan, secretária-geral da Anistia Internacional, à Reuters.
Segundo ela, o crescimento das execuções se deve em parte à mudança no sistema judiciário chinês, onde houve um acúmulo de casos.
O grupo disse em seu relatório anual sobre a pena de morte que o número de pessoas condenadas à pena capital mais do que dobrou no ano passado, de 3.347 casos em 2007 para 8.864 em 2008.
O Irã executou pelo menos 346 pessoas, a Arábia Saudita, 102, e o Paquistão, 36, informou a Anistia. O Japão executou 15 pessoas em 2008, o número mais alto desde 1975.
Apesar disso, a entidade disse que há sinais evidentes de que os Estados Unidos estejam se afastando da pena de morte, com a execução de 37 pessoas - o número mais baixo desde 1994. A Argentina aboliu a pena de morte, e há um "claro movimento rumo à abolição" na Ásia central.
"A Ásia Central está agora virtualmente livre da pena de morte, após a abolição da pena de morte no Uzbequistão", disse a Anistia. "Belarus é o último país na Europa e da ex-União Soviética que ainda promove execuções." Ali houve quatro execuções em 2008.
O relatório apontou que 25 de 59 países onde há pena de morte promoveram execuções no ano passado.
Na África, a Libéria reintroduziu a pena de morte em 2008, mas Botsuana e Sudão foram os dois únicos países onde se sabe que houve execuções, segundo a Anistia.
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