O número de infectados pelo vírus do ebola na África Ocidental poderia chegar aos 20 mil, advertiu nesta quinta-feira (28) a Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que o número de casos reais pode ser até quatro vezes maior que os confirmados oficialmente.
Esta é uma das principais conclusões que a OMS revelou em sua avaliação sobre a epidemia, na qual se incluem sugestões e diretrizes sobre o que é preciso ser feito para contê-la e para evitar que a mesma se prolifere para outras regiões.
Até o momento, a OMS registrou 3.069 casos de ebola na África Ocidental - Guiné, Libéria, Serra Leoa e, em menor medida, Nigéria -, os quais resultaram na morte de 1.552 pessoas.
A agência sanitária das Nações Unidas considera que as ações prioritárias para serem realizadas nos países mais afetados incluem o reforço dos laboratórios e do pessoal especializado, assim como uma capacidade de resposta rápida "a todos eles em uma situação crítica", especifica o texto da OMS.
"Algumas áreas requerem uma ação urgente particular, como o treino de controle de infecções".
O primeiro objetivo fixado na avaliação é conseguir uma cobertura nacional total das ações de resposta à epidemia dos países onde existe um intenso índice de transmissão.
O segundo objetivo é assegurar que existe uma rápida resposta de emergência nos países que detectarem casos pela primeira vez ou que tenham uma transmissão localizada.
O terceiro objetivo é conseguir que os países que não registraram casos, mas que são fronteiriços às nações afetadas ou estejam situados na região, sejam preparados para oferecer uma resposta adequada em caso de confirmação de novos contágios.
Esta avaliação também estima que um número indeterminado de países da África Ocidental, que não registraram casos de ebola até o momento, poderia detectá-los por causa da atual epidemia.
No entanto, a OMS garante que, se os programas de emergência forem aplicados de maneira correta, estes novos países poderiam conter os contágios em um período de oito semanas.
Para poder iniciar os planos de contingência necessários para conter os contágios, a OMS estima um gasto de US$ 490 milhões nos próximos seis meses.
Este orçamento não inclui o restante do valor necessário para manter os serviços essenciais nos países mais afetados (Guiné, Libéria e Serra Leoa) e nem os custos para recuperar os serviços sanitários danificados dessas nações, especificou a organização.
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